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GOL adia entregas do 737 MAX e pode devolver até 48 aeronaves

GOL

A GOL lançou hoje (13/05) uma atualização aos seus investidores, atualizando as informações sobre a retomada dos voos e sua frota de aeronaves.

A companhia disse que paralisou 120 aeronaves (~92% de sua frota) desde 28 de março, e os voos em abril foram operados do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para todas as capitais brasileiras e o Distrito Federal, o que representa 7% do realizado em abril de 2019.

Ao final de maio, espera-se que esse patamar de operações esteja em 12% do realizado no ano passado, com a planejada reabertura das bases nos aeroportos de Foz de Iguaçu, Navegantes e Maringá, assim como o reinício de um número limitado de voos a partir de Congonhas, São Paulo, para os aeroportos de Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro.

Com a devolução de sete aeronaves B737-800 no 1T20 e de outros quatro B737-800s pretendidos no 2T20, a GOL planeja devolver um total de 18 aeronaves arrendadas em 2020 (e pode retornar até outras 30 em 2021-22).

Em decorrência de uma demanda esperada mais fraca e da necessidade de menores custos de arrendamento por assento-quilômetro, a Companhia atualmente avalia uma redução de frota focada nos seus 23 aviões B737-700s (15% do total de assentos).

Além disso, a GOL cortou os recebimentos do Boeing 737 MAX para 2020/2021/2022 em 14/20/13 aeronaves, e reduziu o CAPEX em R$200 milhões para um total de R$300 milhões entre maio e dezembro, com planos de financiar totalmente o CAPEX/revisão de motores remanescentes em 2020.

Com o acréscimo dos 737 MAX na frota, se a Boeing conseguir entregar todos neste ano, a companhia deve terminar 2020 com quatro aviões a menos na frota. Atualmente a GOL tem 130 aviões na sua frota.

 

Consumo de Caixa

Custos-caixa operacionais brutos: a GOL reduziu seus custos-caixa operacionais brutos para R$9 milhões/dia em abril, e espera R$8 milhões/dia para maio, não considerando receitas, reembolsos de TAE, e pagamentos de dívidas não relacionadas a aeronaves.

Os pagamentos de custos-caixa para endividamento em geral não vinculado a aeronaves, adicionaram R$2 milhões/dia em abril. O valor consolidado de R$11 milhões/dia é uma melhoria em relação ao plano inicial de R$12 milhões/dia, que inclui o impacto de reembolsos de passagens e custos com colaboradores.

Custos-caixa operacionais líquidos: a GOL teve um consumo líquido de caixa de R$ 6 milhões/dia em abril, o que inclui receitas de aproximadamente R$5 milhões/dia.

Com a implementação da MP 925, a maioria dos passageiros está realizando remarcações e mantendo o crédito das passagens ao invés de solicitar reembolsos, limitando as saídas de caixa relacionadas à receita líquida.

Os custos com salários foram ainda mais reduzidos com os cortes na remuneração dos executivos, redução no número de horas e maior número de licenças não remuneradas. E houve contribuição favorável das operações de carga.

Para o restante de 2020 (maio-dezembro), considerando as receitas do cenário acima mencionado, sem reembolsos de TAE, renegociações em andamento com colaboradores, arrendadores e fornecedores que estão em curso, e com o pagamento integral de despesas financeiras, a Companhia prevê um consumo líquido de caixa da ordem de R$5 milhões/dia, um valor que é atualmente melhor do que a estimativa de 30 dias atrás.

Incluindo o pagamento integral de dívidas não relacionadas a aeronaves, a Companhia estima um consumo líquido de caixa de R$11 milhões/dia, o que propicia à GOL mais de 10 meses de reservas de caixa.

 

Liquidez

Em 30 de abril, a GOL possuía R$4,0 bilhões em liquidez total, o que garante mais de 10 meses de caixa disponível (excluindo reembolsos e caixa restrito). Incluindo os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados (destacados na tabela), as fontes de liquidez da GOL seria aproximadamente R$7 bilhões.

A Companhia está discutindo um financiamento de R$750 milhões a R$1 bilhão, garantido por ativos não onerados (com um LTV de 50-60%). Ela atualmente dispõe de R$1,7 bilhão em ativos não onerados.

Em março, a GOL chegou a um acordo de compensação pela paralisação dos Boeing 737 MAX e de reestruturação da carteira de pedidos, pelo qual recebeu R$0,5 bilhão em dinheiro em abril e retém um valor presente total de R$1,9 bilhão a receber nos próximos anos.

A Companhia não tem pagamentos planejados de novas aeronaves nos próximos 24 meses. Atualmente, a GOL tem aproximadamente US$100 milhões investidos em um portfólio de 17 milhões de barris de petróleo para os períodos mensais de maio de 2020 a dezembro de 2022.

Aproximadamente 65% do portfólio da Companhia está em opções de compra out of the money (US$55 de preço médio dos caps) com prêmios pagos em períodos anteriores.

Os 35% restantes da carteira estão em zero cost collars com opções de venda em Brent, imunizadas a um preço médio de US$20, totalmente marcadas a mercado e investidas integralmente com depósitos feitos em contrapartes de primeira linha.

 

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Companhias Aéreas, Notícias

Tags: crise, Frota, GOL