Há quase 52 anos, o icônico XB-70 Valkyrie fazia seu último voo

XB-70 Valkyrie
O único XB-70 remanescente. preservado no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA (NMUSAF) em Dayton, Ohio. Foto Will Haas/NMUSAF.

Com 56 metros de comprimento, nove metros de altura e equipado com seis turbojatos, o North American XB-70 Valkyrie foi um dos mais ambiciosos projetos da Guerra Fria. Até hoje, 52 anos após o seu último voo, ainda é a maior e mais pesada aeronave a atingir Mach 3 (três vezes a velocidade do som). 

O Valkyrie foi desenvolvido originalmente como um bombardeiro estratégico para substituir o Boeing B-52 Stratofortress, porém esse plano foi abandonado antes mesmo do seu primeiro voo em 1964. A construção dos dois protótipos (62-0001 e 62-0207) seguiu e as aeronaves foram usadas em testes de voos supersônicos de longa duração. 

O XB-70A número 1 fez seu primeiro voo de Palmdale para a Edwards Air Force Base, CA, em 21 de setembro de 1964. O segundo XB-70A  fez seu primeiro voo em 17 de julho, 1965.

Apresentação do bombardeiro XB-70 Valkyrine- Foto: HULTON DEUTSCH GETTY IMAGES

Este último diferia do primeiro protótipo por ter sido construído com 5 graus adicionais de diedro nas asas, conforme sugerido pelo Centro de Pesquisa Ames da NASA após realizar estudos em túnel de vento.

Enquanto o 62-0001 fez apenas um voo acima de Mach 3, devido à baixa estabilidade direcional experimentada acima de Mach 2.5, o segundo XB-70 atingiu Mach 3 pela primeira vez em 3 de janeiro de 1966 e completou com sucesso um total de nove voos acima de Mach 3 voos até junho do mesmo ano.

Um acordo conjunto assinado entre a NASA e a Força Aérea dos EUA (USAF) planejava usar o segundo protótipo XB-70A para voos de pesquisa de alta velocidade em apoio ao programa de transporte supersônico (SST).

No entanto, em 8 de junho de 1966, o XB-70 62-0207 se envolveu em um dos mais famosos e trágicos acidentes da aviação militar quando colidiu com um F-104N Starfighter da NASA enquanto voava em formação durante uma sessão de fotos publicitárias da própria General Electricem Barstow, Califórnia, perto do campo de teste da Base da Força Aérea de Edwards, no Deserto de Mojave.

O XB-70 voa danificado enquanto o F-104 se desintegra no ar em uma bola de fogo. Foto: USAF.

No acidente, causado pela turbulência do XB-70 que fez o F-104 colidir com o Valkyrie, faleceram o piloto do F-104, Joe Walker, e copiloto do XB-70 Major Carl Cross. Al White, piloto do XB-70, ficou gravemente ferido na ejeção mas sobreviveu. 

Embora as atividades de pesquisa continuassem com o primeiro protótipo com um primeiro voo da NASA em 25 de abril de 1967, o último foi em 4 de fevereiro de 1969.

Hoje, o 62-0001, último XB-70 Valkyrie remanescente, está preservado no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA (NMUSAF) em Dayton, Ohio. Recentemente a enorme aeronave foi retirada do hangar para manutenção, o que chamou bastante atenção pela movimentação inédita. 

Via: The Aviationist

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.