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History – 48 anos do primeiro voo do Saturn V

Nessa semana, especificamente dia 9, foi comemorado o primeiro voo do que é até hoje considerado o maior e mais poderoso foguete construído pelo homem, o Saturn V. O primeiro voo se deu na missão Apolo 4 (lembrando que a 2 e 3 não existiram) no dia 9 de novembro de 1967, sua característica foi de ser uma missão não tripulada, feita somente para teste de sistemas e com curta duração, na verdade aproximadamente 8 horas depois dos motores serem ligados.

Não precisamos nem dizer o quão poderoso e importante o foguete Saturn V foi para a terra, em uma época de escassos recursos tecnológicos a NASA se destacou por tentar e conseguir fazer um feito até hoje duvidoso, levar o homem ao nosso satélite natural mais próximo. De fato, como já abordamos diversas vezes por aqui, a engenharia eletrônica de miniaturização e aproveitamento máximo dos computadores da época trouxeram muitos avanços tanto para o uso doméstico de tais máquinas como para a aviação.

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O Apollo 4 foi a 2ª missão do programa Apollo, que continha o foguete Saturn V,o módulo de comando e uma espécie de lastro que simulava o módulo lunar, tudo embarcado em um sistema de controle terrestre e de voo chamado de “Apollo Hardware”. Podemos classificar a missão como sucesso completo, todos os três estágios do Saturn funcionaram corretamente desde a decolagem até o pouso no oceano pacífico, a Apollo 4 tinha como objetivo o teste de telemetria, computadores de bordo e comportamento da espaçonave (isso inclui cápsula, desacoplamento de estágios e características de construção estrutural), durante o voo foi observado as características de reentrada logo após voo lunar e integridade estrutural durante o funcionamento dos motores, que geravam muita vibração por conta da enorme queima de oxigênio com querosene.

Acho que já explicamos um pouco sobre motores a propelente líquido por aqui (e espero dar continuação), então é possível falar mais aprofundado sobre o Saturn V. O seu primeiro estágio com seus 5 motores, que era fabricado pela Boeing, foi acionado às  20:37 na hora local do Kennedy Space Center, logo após o start dos motores a queima durou dois minutos e trinta segundos, se separando então através de parafusos autoexplosivos, dando assim lugar ao segundo estágio que continha também 5 motores, mas de versões diferentes, que resultava em um empuxo menor, o segundo estágio era alimentado por uma mistura de hidrogênio líquido com oxigênio, queima altamente limpa que gera água como resultante, esses motores funcionaram durante 6 minutos e 7 segundos.

Vista da Terra a partir da Apollo 4.
Vista da Terra a partir da Apollo 4.

Lembra daquela velha característica de poder ligar e desligar qualquer estágio de um foguete a propelente líquido?, claro, desde que esteja especificado no processo uma válvula com tal comando remoto. Eles fizeram basicamente isso no terceiro estágio, esse que tinha só um motor e era idêntico ao do segundo estágio, eles separaram o segundo estágio do terceiro e ligaram esse último por somente 2 minutos e 25 segundos, permitindo assim que a aeronave conseguisse entrar na latitude máxima da sua órbita que era de 182km, logo após 3 órbitas na terra, o terceiro estágio reacendeu e começou a simular uma saída da terra para logo após a nave reentrar na terra, bem aí que ela atingiu se ponto mais alto, aproximadamente 18256 mil km de altitude, bem acima do apogeu de sua órbita que era de aproximadamente 180km.

Essa última queima do terceiro estágio demorou no total 5 minutos, depois de  terminada a queima o 3º estágio foi separado da cápsula com o módulo de comando após 10 minutos ara alcançar a altitude possível para simular a reentrada, em seguida o motor do módulo de comando foi acionado e para reentrar com a espaçonave na atmosfera terrestre, esse motor dá a possibilidade de além de impulsionar também ajustar a direção em que a cápsula de reentrada iria adquirir, sendo de extrema importância o sucesso dos cálculos de reentrada pois qualquer erro no ângulo da espaçonave pode fazer ela ricochetear na atmosfera de maneira brusca e assim destruir seus componentes e até matar os tripulantes. O ângulo de reentrada foi de -6,63º, e a cápsula conseguiu iniciar sua reentrada a 120 km de altitude com uma velocidade de 10,6 km/s (rápido ein…).

Instrumentos de voo espacial da Apollo 4.
Instrumentos de voo espacial da Apollo 4.

Junto com o módulo de comando e os estágios foi um conjunto de câmeras que faziam fotos a cada 10 segundos, além de câmeras de vídeo que transmitiam para a terra em tempo real as imagens feitas pelo Saturn. Os computadores da Nasa eram os melhores disponíveis quando se trata de uso em solo, porém na Apollo ela tinha uma pequena limitação por conta do peso a ser carregado, como já falamos anteriormente, era um circuito enorme e as entradas dele se davam por números, em que os comandos estavam listados em manual, porém a Nasa tinha como controlar o computador da Apollo a partir da terra para realizar os voos de teste.

Infográfico do Saturn V (clique na imagem para abrir em alta resolução).

Infográfico da Saturn V.

 

Como sempre finalizando, deixo um link do vídeo que resume bem essa missão.

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Artigos, Espacial, Não categorizado

Tags: Apollo, Apollo 4, NASA, Saturn V