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Imagens: O triste estado do Boeing 727 da ASAS em Brasília após um ano e meio do último voo

por Aeroflap

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Tido como uma esperança de o Brasil ter mais um icônico Boeing 727 voando comercialmente, é triste estado do trijato da ASAS no Aeroporto Internacional de Brasília. O clássico avião está sem voar há quase dois anos desde que chegou à Capital Federal.

O Boeing 727 de matrícula PR-IOC que pertence a ASAS Linhas Aéreas foi retirado do hangar de manutenção em Brasília após um ano e meio desde a chegada do trijato para passar por todo o processo de manutenção e padronização nas cores da então nova companhia cargueira do país.

Esperava-se que o experiente trijato estivesse voando pelos céus brasileiros, pois havia sido comprado pela nova empresa após um período parado nas instalações da Sideral em Curitiba. 

Com o crescimento do e-commerce e consequentemente a sua demanda por entregas cresceu muito desde o início da pandemia e novos cargueiros começavam a operar no Brasil. Os exemplos recentes são da Sideral que manteve uma parceria com o Mercado Livre por dois anos e operando dois aviões Boeing 737 cargueiros exclusivos.

Agora a parceira é a GOL, que opera em seis cidades com o Boeing 737-800BCF e mais a Azul Linhas Aéreas com o Embraer 195 em outras cidades. 

A ASAS Linhas Aéreas viria a começar a operar sob o mesmo conceito, em parceria com uma grande empresa do setor varejista e de e-commerce, na ocasião seria as Lojas Americanas. O primeiro voo do Boeing 727 já de propriedade da nova empresa aconteceria em novembro de 2021, de Curitiba para São José dos Campos, local este que seria o hub da empresa e logo depois para Brasília.

O icônico trijato recebeu adesivagem com a logo da empresa varejista por cima da pintura dos dois últims operadores, a RIO Cargo e a Sideral. A intenção seria de que o Boeing recebesse na Capital Federal a pintura definitiva da ASAS e estivesse em conformidade com todo o cronograma de manuteção.

Apesar da sua idade avançada, cerca de 41 anos, o Boeing 727 ainda tem bastante utilidade no mercado cargueiro pois pode transportar 27 toneladas de carga útil, volume não tão superior ao do Boeing 737-400F, muito utilizado no país pela própria Sideral, Modern, Total Express e Azul Cargo.

O Boeing 727 de matrícula PR-IOC foi fabricada em 1982 foi entregue originalmente para a US Air como aeronave de passageiros sob a matrícula N774AL. Foi convertido em cargueiro em 2004, tendo sido operado pela DHL antes de chegar para a RIO em 2010. Voou de 2017 à 2019 com a Sideral Linhas Aéreas com a mesma matrícula.

Hoje, junho de 2023, é triste o estado em que o trijato se encontra. Há algumas semanas ele foi retirado do hangar de manutenção em Brasília porém com a condição preocupante.

O avião foi levado para uma área remota próxima à ANAC e ao Setor de Hangares do Aeroporto JK, onde se encontra sem algumas partes de sua fuselagem. A raiz da asa em ambos os lados está sem a cobertura da fuselagem deixando exposta toda a parte de cabeamento e os mecanismos do local.

Além disso, a asa está com os flaps e slats extendidos em uma configuração quase em sua totalidade, assim como no intradorso da asa com partes internas expostas. Há algumas partes também abertas e faltando no compartimento do trem de pouso central.

É possível perceber que a equipe de mecânicos também realizou reparos na parte dianteira próximo ao cockpit. 

O adesivo com o nome das Lojas Americanas foi retirado, e junto uma parte da pintura da RIO Cargo que teve sua tinta arrancada pela adesivagem. O adesivo da loja varejista que seria parceira da ASAS permanece na cauda e na parte traseira do avião. 

O Boeing 727 ainda permanece com seus três motores, não se sabe as condições dos mesmos visto que nos primeiros dias algumas partes das carenagens estavam abertas quando o trijato foi rebocado para a área externa, diferente de quando as imagens foram feitas (23/06).

As imagens atuais do cargueiro indicam que os profundores no estabilizador horizontal podem estar travados em razão do cabeamento. 

Não há informações oficiais sobre como está o processo da ASAS em iniciar suas operações, bem como as razões do Boeing 727 que estava em manutenção há pouco mais de um ano e meio ser retirado nestas condições do hangar em Brasília.

Segundo os dados oficiais no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o PR-IOC teve seu Certificado de Aeronavegabilidade cancelado pois o seu CVA estava vencido desde 2019. A propriedade do avião continua sendo da ASAS Linhas Aéreas.

    

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