Investigação aponta erro dos pilotos e no treinamento, em acidente da Emirates de 2016

Investigadores disseram nesta última quinta-feira (06) que os pilotos de um acidente da Emirates que ocorreu em 2016, não monitoraram as configurações do motor antes do acidente com um Boeing 777-300.

No acidente, no qual 300 pessoas saíram da aeronave com segurança, o Boeing 777-300 da Emirates, de matrícula A6-EMW, estava em um procedimento de pouso no Aeroporto Internacional de Dubai, quando os pilotos decidiram arremeter após tocar a pista, mas enfrentaram um baixo empuxo dos motores.

Como resultado, a aeronave vão conseguiu decolar totalmente, mesmo assim os pilotos  recolheram o trem de pouso e prosseguiram com a decolagem. Segundos depois a aeronave perdeu a pouca altitude que tinha, e colidiu contra a pista, se arrastando ao longo da mesma, poucos minutos depois do impacto, a aeronave pegou fogo, como resultado de uma combustão no tanque central de combustível.

A explosão causou a queda de um painel da aeronave, que atingiu e feriu fatalmente o bombeiro. Todos os passageiros e tripulantes, exceto o comandante e um membro sênior da tripulação de cabine, haviam evacuado antes da explosão.

O relatório final aumentou o número de pessoas feridas de 30 para 32, incluindo quatro tripulantes de cabine que sofreram ferimentos graves.

A investigação apontou que pilotos do voo não perceberam que as configurações de empuxo do motor do Boeing 777-300 permaneciam muito baixas e também deixaram de fazer parte de um procedimento de check-list, disseram os investigadores.

A tripulação não sabia que o acelerador automático (A/T) não havia respondido ao mover as manetes do motor para a posição TO/GA, depois que o comandante pressionou a chave TO/GA no início do procedimento de arremetida.

A tripulação não tomou medidas corretivas para aumentar o impulso do motor porque omitiu as etapas de verificação de impulso do motor do FCOM ̶ Procedimento de Contorno e Aproximação Perdida.

A Autoridade Geral de Aviação Civil dos Emirados Árabes Unidos disse que os pilotos do voo EK521 tentaram abortar o pouso depois que as rodas principais do avião já haviam tocado o solo, interrompendo o acesso automático à potência total do motor.

“A tripulação do voo (pilotos) não efetivamente monitorou os parâmetros primários de instrumentação do voo durante o pouso e na tentativa de contornar o procedimento mal realizado”, informou a agência em seu relatório final.

O órgão de investigação apontou que houve falhas no treinamento da tripulação, em relação aos procedimentos de arremeter durante o pouso.

O Boeing 777 estava sendo pilotado pelo comandante. Ambos os pilotos eram relativamente experientes e a fadiga não era um fator.

O órgão recomendou que a Emirates aprimore o treinamento geral para seus pilotos e que o fabricante Boeing aprimore seu sistema de alerta de tripulação e manual para lidar com essas eventualidades.

A dependência da tripulação da automação da aeronave e falta de treinamento para procedimentos de arremetida, juntamente com as particularidades de acionamento da função TO/GA, afetou significativamente o desempenho da tripulação em uma situação crítica de voo, diferente daquela experimentada por eles durante seus voos simulados de treinamento.

A Emirates disse que já tomou várias medidas em resposta a descobertas preliminares durante uma investigação interna.

“Manter operações seguras é uma prioridade na Emirates, e estamos comprometidos com a revisão e melhoria contínuas de nossas operações”, afirmou a companhia aérea em comunicado.

 

 

Com informações de Reuters.

 

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