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Investigação aponta que Boeing 787 decolou com tomadas de pressão estática tampadas

O Australian Transport Safety Bureau (ATSB) divulgou recentemente o relatório final sobre um incidente que ocorreu em 2021, envolvendo um Boeing 787-9 (VH-ZNJ) da Qantas.

De acordo com os dados do ATSB, a aeronave foi colocada em uma condição de estacionamento 39 horas antes do voo seguinte, de Melbourne para Los Angeles (EUA), no dia 22 de setembro de 2021. O relatório do incidente grave aponta que todos os procedimentos foram realizados corretamente, como a cobertura dos tubos de pitot e das portas de pressão estática.

Horas depois mecânicos da companhia fizeram os procedimentos para retirar o avião da condição de estacionamento na noite anterior, e disponibilizar o equipamento para o voo cargueiro que aconteceria no dia 22.

Contudo, o Boeing 787-9 foi carregado em solo, verificado pelos pilotos e pelos mecânicos antes da partida, mas decolou e cumpriu o voo de quase 15 horas com as tomadas das tomadas de pressão estática nos motores tampadas por uma fita adesiva amarela. Veja na imagem abaixo.

Tomadas de pressão estática localizadas nos motores tampadas, após a chegada do 787 em Los Angeles.

Nenhuma anomalia foi registrada pelos pilotos em voo, e a condição foi descoberta somente após um check externo em Los Angeles. Os mecânicos então anotaram o problema, denunciaram o incidente, e removeram as fitas das portas estáticas.

“Enquanto o voo foi tranquilo, as portas cobertas significaram que a redundância para o sistema de controle eletrônico do motor foi reduzida”, diz o relatório.

O ATSB divulgou que a redundância foi reduzida, ao não destampar todas as tomadas de pressão estática antes do voo. Este tipo de problema pode afetar o sistema de medição de altitude e velocidade do avião, essenciais para o voo.

Mecânicos não respeitaram o tamanho mínimo de recorte da fita, sem respeitar a marcação que mostra o “Remove Before Flight” (Remova Antes do Voo).

Os investigadores também descobriram que os próprios procedimentos da Qantas não identificavam todas as portas estáticas da aeronave, e o procedimento para retomar os voos com a aeronave não fazia referência aos procedimentos recomendados pela Boeing.

Neste ponto, a companhia com seu manual gerava interpretações duplas sobre quais sensores externos precisam ser cobertos em solo, para evitar a entrada de inseto ou sujeira que afete o funcionamento de cada medidor de pressão.

 

Com informações: The Aviation Herald

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Notícias, Outros

Tags: 787, Incidente, problema, Qantas, usaexport