Investigadores citam “série de erros” no acidente com 737-200 em Cuba

Investigadores Cubanos divulgaram as primeiras informações firmes sobre a queda de um Boeing 737-200, que transportava 107 passageiros e seis tripulantes.

O acidente ocorreu em maio de 2018, com uma aeronave da Global Air, conhecida como Damohj Airlines, nas proximidades de Havana, em Cuba.

A investigação desse acidente pelos próprios cubanos apontou que a aeronave sofreu de um erro no cálculo do CG, que causou a instabilidade da aeronave nos segundos iniciais do voo, levando a queda em apenas 40 segundos após a decolagem.

Apenas quatro ocupantes sobreviveram a esse acidente, mas três faleceram devido aos ferimentos, resultando em um único sobrevivente.

 

Causas do Acidente

O órgão IACC, de Cuba, foi o responsável por revelar as primeiras causas do acidente.

De acordo com o IACC, a Global Air subcontratado uma empresa chamada Eagle Aviation para a preparação de um balanço preliminar de carga, que passaria por alterações finais pelo comandante do voo antes da aprovação.

O despacho do avião apontou um grande número de erros, que não foram notados pelo comandante do voo, com desequilíbrio de peso entre os passageiros e na distribuição das bagagens.

O órgão ressaltou que o número de passageiros na parte da frente era de 62, enquanto deveria ser de 54, e o peso nos compartimentos de carga era “incorreto”. O peso do combustível na decolagem excedeu o calculado em cerca de 2260 kg.

Além do combustível acima do limite estabelecido para esse voo, a aeronave decolou com um maior peso de bagagem, em comparação com o informado no despacho.

Embora o peso e o centro de gravidade estivessem tecnicamente dentro das capacidades da aeronave, a investigação aponta que o erro de cálculo do CG combinado com um ajuste errado do trim “sem dúvida causaram um comportamento instável” da aeronave, e dificultaram a pilotagem do jato.

Imediatamente após a rotação e a decolagem, a aeronave começou a inclinar-se excessivamente para a direita, atingindo o ângulo de 33,5 °, e houve um aumento acentuado da razão de subida, mesmo enquanto o manche estava sendo empurrado para a frente.

A decolagem foi conduzida pelo co-piloto, e o comandante assumiu os comandos após os alarmes de alto ângulo de ataque soarem no cockpit da aeronave.

Pouco antes de cair, enquanto mantinha uma velocidade de 139 kt, a aeronave estava com um ângulo de ataque de 27,2º, quando os pilotos comandaram o manche para a esquerda, realizando um comando no pedal esquerdo do leme, para estabilizar o ângulo de rolagem da aeronave, algo realizado com sucesso, mas que logo resultou em três outras tentativas de retomar o controle de rolagem da aeronave, sem sucesso.

Nessas sucessivas tentativas de recuperar o controle, a aeronave perdeu velocidade, e entrou em uma condição de estol agravado pela baixa altitude, alto ângulo de rolagem para a direita, e alto ângulo de ataque.

O 737-200 estava prestando serviços para a Cubana, operando um voo doméstico entre Havana e Holguin, de numeração DMJ 0972.

A aeronave de matrícula XA-UHZ realizou seu primeiro voo em 1979, e pertencia à Damojh, uma empresa mexicana que fez um leasing da aeronave para a Cubana. No momento do acidente havia 6 tripulantes a bordo, contando os dois pilotos.

 

Via – FlightGlobal

 

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