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Irã admite que abateu avião da Ukraine Internacional Airlines em Teerã

Acidente Ucrânia Irã

O Irã admitiu na manhã deste sábado (11/01) – horário local – que abateu o avião de passageiros da Ukrainian International Airlines, que caiu no último dia 08 de janeiro perto de Teerã, capital do Irã, enquanto cumpria o voo PS752.

De acordo com autoridades do Irã, o voo foi “derrubado acidentalmente por um míssil iraniano depois que a aeronave fez uma curva inesperada em direção a uma base militar.”

A declaração reverteu as alegações do Irã de que problemas mecânicos causaram o acidente da aeronave na quarta-feira, matando todas as 176 pessoas a bordo. Havia uma pressão internacional contra o Irã para que o país assumisse a responsabilidade. 

Para o Irã, o míssil foi disparado devido a um erro humano.

A declaração das forças armadas iranianas diz que o avião “adotou uma postura de voo e a altitude de um alvo inimigo” ao se aproximar de uma base da Guarda Revolucionária Iraniana.

 

Evidências estava cada vez em alta

Enquanto o Irã sofria pressão do lado da sua guerra com o Iraque e os Estados Unidos, as evidências eram cada vez mais altas contra o Irã.

Vamos de acordo com a linha do tempo:

Poucas horas antes do acidente, o Irã utilizou 13 mísseis para atacar bases militares dos Estados Unidos e do Iraque, no território deste último. 

O ataque gerou uma reação instantânea de preocupação dos países com o acirramento de uma nova guerra no Oriente Médio, e colocou os países vizinhos e o próprio Irã em alerta, visto que o próprio poderia sofrer retaliações, algo que não ocorreu.

Após o acidente ser divulgado pela imprensa estatal local, uma série de suspeitas decorreram, e o abate do voo MH17, em 2014, foi relembrado de imediato por alguns.

Minutos após divulgar o acidente, o país declarou que a aeronave caiu por problemas de motor, isso sem dar nenhuma informação adicional de como aquelas informações foram obtidas.

Poucos minutos depois o próprio Irã declarou que o 737-800 não havia solicitado emergência antes de cair em solo, já em chamas.

Neste momento o primeiro vídeo gravado da aeronave em chamas até atingir o solo já estava circulando nos jornais e nas redes sociais. Veja abaixo.

O próprio país declarou de imediato que não entregaria as duas caixas-pretas do 737-800 para outros países, minutos depois mudou o discurso, e disse que somente não queria a Boeing ou autoridades norte-americanas no caso.

Essa medida já foi revertida pelo Irã nesta última quinta-feira, quando o país convidou autoridades dos EUA para participar das investigações.

Em 9 de janeiro de 2020, o Primeiro Ministro do Canadá anunciou que estudos iniciais indicavam que a aeronave foi abatida por mísseis terra-ar, a partir do solo do Irã. Isso pode ter sido não intencional.

Uma autoridade dos EUA, no entanto, disse que satélites do país detectaram o lançamento de dois mísseis pouco antes da queda do avião, seguido por evidências de uma explosão. Duas autoridades disseram que os EUA acreditam que a queda do avião foi acidental.

No mesmo dia um vídeo foi divulgado, mostrando um objeto sendo atingido enquanto voava (confira acima), aumentando ainda mais as suspeitas contra o Irã.

O vídeo acima mostra um rastro de fogo, antes do mesmo sumir, culminando com segundos depois com um barulho de explosão ser ouvido em solo.

Algumas teorias, criadas logo após o acidente, já apontavam que a aeronave foi perfurada em vários locais por um míssil, como mostram as diversas imagens dos componentes da aeronave (veja a galeria acima).

Destroços encontrados em solo apontam para uma ogiva do míssil russo terra-ar Tor 9K331, que tem a característica de explodir a uma distancia entre 10 a 20 metros do alvo, causando danos por dispersão de fragmentos.

Após muita suspeita internacional, o Irã assumiu a autoria de mais um atentado neste sábado, 11 de janeiro de 2020.

 

O Voo

O voo PS752 transportava 167 passageiros e 9 tripulantes a bordo, a aeronave Boeing 737-800 da Ukraine Internacional Airlines cumpria a rota entre Teerã e Kiev.

Oitenta e dois iranianos, 63 canadenses e 11 ucranianos morreram no acidente, que ocorreu entre as cidades de Parand e Shahriar. Também havia 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos entre as vítimas.

Somente oito dos canadenses do voo não tinham dupla-nacionalidade com o Irã, ou seja, não eram iranianos.

A aeronave envolvida, de matrícula UR-PSR, tinha apenas três anos de uso, de acordo com dados do site Air Fleets.

Caixa-preta do voo que foi abatido.

Os dados das caixas-pretas serão analisados, porém um laudo preliminar da análise pode demorar até um mês para ser divulgado. 

 

 

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