LATAM terá que justificar transferência de US$ 1,3 bilhão à paraíso fiscal nas Ilhas Cayman

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Foto: Gabriel Melo/Aeroflap

Um grupo de credores pediu ao juiz que lidera o processo de Recuperação Judicial da LATAM nos Estados Unidos, uma permissão para investigar os US$ 1,3 bilhão que a companhia aérea tem em empresas estabelecidas no paraíso fiscal das Ilhas Cayman e que, como eles acusam, não teriam sido devidamente informados, o que deixaria o montante bilionário fora do alcance dos credores.

Se o juiz que lidera o processo do Chapter 11 aceitar o questionamento dos credores, o processo de Recuperação Judicial da LATAM pode ser interrompido por dois meses, ou mais, para solucionar o problema. Desta forma, a retirada da LATAM do processo de Chapter 11 será adiada.

O BancoEstado e as empresas chilenas pedem ao juiz que todas essas empresas sejam consolidadas numa só, no processo, para ter acesso aos recursos.

“É US$ 1,3 bilhão que a Latam transferiu de sua controladora para a Latam Finance, empresa das Ilhas Cayman, sem divulgar adequadamente ao mercado, e que queremos devolver para a controladora. Se tivermos sucesso, muitos detentores de títulos chilenos e todos os credores desta matriz, incluindo pilotos e trabalhadores, terão US$ 1,3 bilhão a mais para acertar como recuperar suas dívidas”, disse à La Segunda Andrés Mena, advogado e sócio do estudo americano Paul Hastings LLP, que representa os detentores de títulos locais.

A matriz de LATAM teria transferido, durante o processo do Chapter 11, US$ 1,3 bilhões para suas empresas em paraísos fiscais, deixando o valor fora de seu alcance, pois quem deve dinheiro aos chilenos (o devedor) é a matriz de LATAM, e não as subsidiárias.

“Não pouparemos esforços para recuperar o máximo do que nos é devido. Temos um mandato explícito a este respeito”, assegurou Pascal Verbruggen, Gerente de Investimentos da AFC Chile.

Em maio do ano passado, a Latam declarou ‘falência’ nos Estados Unidos, junto com todas as suas subsidiárias, incluindo a Latam Finance. Com isso, todos os credores e detentores de títulos, locais e estrangeiros, fizeram fila para ver quanto poderiam recuperar de seus investimentos.

 

Via: El Mostrador

 

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