Marinha do Chile forma a primeira aviadora naval de sua história

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A Tenente Daniela Figueroa junto de um Embraer EMB-111 Bandeirulha da Marinha do Chile. Foto: Diálogo.

No dia 14 de outubro, a Marinha do Chile formou sua primeira turma mista de Aviadores Navais. A oportunidade marcou a primeira vez em que uma mulher se tornou Aviadora Naval no país, com a formatura da Tenente Daniela Figueroa Scholz, apta a voar o turboélice Pilatus PC-7. 

A Tenente Daniela se formou com as melhores notas da turma de sete militares (ela e outros seis homens) do Curso de Pilotos 2021. “Este ano e meio foi um longo processo, muito sacrifício e muito desafiante porque é complexo aprender a voar. É um orgulho para mim pertencer a esta geração, onde o trabalho em equipe e o apoio da família foram essenciais, assim como a dedicação dos instrutores para que pudéssemos aprender a voar”, contou a aviadora pioneira no dia da formatura. 

Aqui é igual ser homem ou mulher porque as exigências são as mesmas para todos, tanto as competências como os conhecimentos teóricos e práticos.”

Segundo o Diretor da Escola de Aviação Naval, Capitão Fragata Rodrigo Román, “foi concluído um processo que a princípio parecia distante e evasivo. Eles sabem bem que não foi fácil chegar onde estão no momento, pois a navegação foi longa e com inúmeras dificuldades, onde os obstáculos e desafios que lhes impusemos constituíram desafios permanentes no seu quotidiano, porém, no ponto de determinação e sacrifício que eles conseguiram superar com sucesso, e hoje isso lhes permite ganhar o privilégio de estarem plenamente integrados ao trabalho profissional de nossa Marinha como especialistas em Aviação Naval.”

Em entrevista ao Portal Diálogo, Daniela falou sobre sua carreira na Armada do Chile. A militar aprendeu a voar no Pilatus PC-7, mas já treina para comandar outra aeronave.

“Eu aprendi a voar na PC 7 Pilatus e desenvolvi várias capacidades, como a de multitarefa e interpretar a informação em três dimensões, para ter uma consciência situacional que permita operar a aeronave de forma segura, entre outras habilidades. Atualmente, pertenço ao Esquadrão de Propósitos Gerais VC-1 e estou na fase de qualificação para voar o P68 Observer II, que realiza várias missões, como busca e resgate de pessoas e controle da fiscalização da pesca, entre outras.”

“Ser a primeira mulher piloto da Marinha do Chile é uma conquista, um orgulho e uma responsabilidade muito grandes para mim, já que o curso teve muitas exigências e a grande maioria dos aspirantes que o fazem não conseguem ser aprovados. Minha intenção é convidar as mulheres para que se atrevam a tentar fazer aquilo de que realmente gostam e não reprimam seus próprios desejos”, afirma Daniela.

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A aviadora pioneira no cockpit do Pilatus PC-7.

A Tenente diz que “Ser marinheiro não é apenas um trabalho, mas sim um estilo de vida. O atrativo dessa profissão é que é uma função de serviço e de entrega à pátria; porém, creio que, no fundo, uma das coisas que mais atraem é a diversidade que essa carreira militar naval nos oferece. No meu caso, atuo na aviação naval como piloto, mas poderei, em cerca de dois anos, por exemplo, navegar e treinar nos navios auxiliares no sul, para apoiar a conexão dos territórios isolados.”

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.