Marinha dos EUA quer aposentar 25 jatos de guerra eletrônica EA-18 Growler

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EA-18G Growler do VAQ-134 Garudas. Foto: Tomás Del Coro via Wikimedia (CC BY-SA 2.0).

A Marinha dos EUA (USN) quer aposentar 25 aeronaves EA-18G Growler de ataque eletrônico. Os jatos supersônicos serão enviados ao “cemitério de aviões” na Base Aérea de Davis-Montham em Tucson, Arizona. 

Conforme estabelecido no livro de destaques do orçamento fiscal de 2023 do Departamento da Marinha, recentemente lançado, a USN propõe desativar toda a sua força expedicionária de Esquadrões de Ataque Eletrônico (VAQ). A proposta, no entanto, ainda deve passar por aprovação do Congresso. 

F/A-18 F Super Hornet EA-18G Growler REVO

Um F/A-18F Super Hornet reabastecendo um EA-18G Growler. Foto: US Navy.

Este braço é composto por cinco esquadrões que atuam em bases no exterior para fornecer recursos de ataque eletrônico à força conjunta, explica a revista Seapower. Os esquadrões expedicionários são separados dos esquadrões embarcados nos porta-aviões. 

Os cinco VAQs expedicionários da Marinha estão todos lotados na Estação Aérea Naval de Whidbey Island, em Washington. São os eles o VAQ-131 Lancers, 132 Scorpions, 134 Garudas, 135 Black Ravens e 138 Yellow Jackets. No mês passado o VAQ-134 foi enviado ao Comando Europeu como parte do acúmulo de forças em apoio ao flanco leste da OTAN após a invasão russa na Ucrânia. 

O único esquadrão de ataque eletrônico de reserva da Marinha, o VAQ-209 Star Warrios, também tem sido usado em um papel expedicionário. Nos últimos anos os VAQs expedicionários foram desdobrados na Itália, Japão e sudoeste asiático em suporte à missões dos EUA e coalizões. 

Três jatos EA-18G do esquadrão VAQ-209 Star Warriors disparando mísseis antirradar AGM-88B HARM simultaneamente. Foto: N. Jordan/US Navy.

Atualmente a Marinha é a única força armada dos EUA com jatos de ataque eletrônico em operação. Em 1998 a USAF aposentou os EF-111 Raven, baseados no caça-bombardeiro F-111 Aardvark. Os Fuzileiros Navais aposentaram os EA-6B Prowler em 2019.

A proposta orçamentária indica que os 25 aviões serão armazenados no Grupo de Manutenção e Regeneração Aeroespacial Base Aérea, na base de Davis-Montham, sendo metade no ano fiscal de 2024 e metade no ano fiscal de 2025. Os cortes também liberariam aproximadamente 1.020 oficiais e praças. A Marinha estima que a economia em relação ao Plano de Defesa dos Anos Futuros seria de US$ 807,8 milhões. 

Os VAQ expedicionários são considerados ativos de alta demanda/alto valor pelos Chefes de Estado-Maior Conjunto. As avaliações dos diversos comandantes regionais podem ser fundamentais para reverter ou mitigar a proposta da Marinha. 

Corte esquemático do EA-18G.

Boeing EA-18G Growler 

O EA-18G Growler fabricado pela Boeing é um avião de ataque eletrônico, baseado no caça multimissão F/A-18F Super Hornet. A aeronave foi desenvolvida para substituir o EA-6B Prowler e cumpre uma série de missões de guerra eletrônica como interferência, supressão de defesas aéreas inimigas, escolta eletrônica, coleta de dados e inteligência. O modelo está em serviço na Marinha dos EUA e na Força Aérea Real Australiana. 

O avião ainda mantém 90% de comunalidade de peças com o Super Hornet, facilitando e otimizando a manutenção e sua cadeia logística. A maior parte dos computadores de missão foram reunidos em um pallet instalado no espaço onde ficava o canhão Vulcan de 20mm, no nariz da aeronave.

Nas pontas das asas, onde ficavam os trilhos de lançamento de mísseis AIM-9, são carregados pods AN/ALQ-218 para detecção de sinais. Nos cabides das asas e fuselagem são carregados três pods AN/ALQ-99 de interferência em baixa e alta frequência. Em termos de armamento, o EA-18 pode empregar o míssil antirradar AGM-88 HARM/AARGM e os mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM. 

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.