Míssil A-Darter conclui testes na África do Sul

Foto - FAB/Divulgação

O míssil de 5ª geração A-Darter acaba de passar pela fase final de ensaios para sua certificação, o que irá torná-lo pronto para comercialização. Testes decisivos e bem sucedidos foram realizados este mês, na África do Sul, país que desenvolve o projeto em cooperação com o Brasil.

Durante os ensaios, foram feitos lançamentos contra alvos aéreos manobráveis de alta performance, capazes de lançar contramedidas eletrônicas (flares), que são mecanismos utilizados para despistar o míssil caçador. Os perfis de lançamento simularam situações reais de voo de combate visual.

O sistema A-Darter ar-ar possui as capacidades de identificar, de forma autônoma, um alvo após o lançamento (LOAL, do inglês Lock On After Launch); de contra-contramedidas eletrônicas (capaz de identificar e negar flares); de longo alcance para esta categoria de míssil (8 a 12 km); e de identificação de alvo e lançamento com sucesso até uma posição relativa de 90 graus. Todos os lançamentos demonstraram a conformidade do produto com os seus requisitos.

Uma das fases de destaque dos ensaios foi a segunda investida. Após um cruzamento frente a frente, o alvo manobrou para cima do caçador no instante em que foi efetuado o lançamento, praticamente a uma posição relativa de 90 graus entre os dois.

O A-Darter curvou para cima do alvo, de maneira autônoma, para um ponto futuro, até readquirir o lock com o objetivo. Para realizar tal manobra, o míssil foi submetido a mais de 50 vezes a força da gravidade, provocando uma mudança na sua direção em aproximadamente 180 graus em relação à proa original.

Nos demais lançamentos foram colocadas situações em que o alvo, além de manobrar, lançava flares e os resultados também se apresentaram conforme esperados.

As campanhas de ensaios e certificação foram realizadas pela equipe de desenvolvimento do projeto, composta por membros da indústria Denel Dynamics; da Armaments Corporation of South Africa (ARMSCOR), empresa pública ligada ao departamento de Defesa da África do Sul; da Força Aérea Sul-Africana; e da Força Aérea Brasileira (FAB). Os voos aconteceram em Overberg Test Range, um campo de provas sul-africano localizado na região sudeste da África do Sul, litoral do Oceano Índico.

A gerência do projeto no Brasil está a cargo da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC). Logo após a certificação, a unidade prevê a aquisição para a FAB de um lote inicial do míssil dentro do Programa FX-2. O próximo passo é trabalhar no fomento da indústria nacional, a fim de manter o capital intelectual adquirido nesses 12 anos de projeto.

 

Desafio

Foto – FAB/Divulgação

De acordo com o Brigadeiro Bonotto, o maior desafio foi a obtenção de recursos para a consecução do projeto.

“Destaco aqui a relevante parceria do COMAER [Comando da Aeronáutica] com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, por meio da FINEP [Financiadora de Inovação e Pesquisa], a qual foi fundamental para a conclusão e o sucesso da fase de desenvolvimento do Projeto A-Darter”, pontua.

O Presidente da COPAC defende que a viabilidade para o projeto se transformar em produto de defesa, com carga de trabalho para a indústria nacional, e principalmente para a manutenção do capital humano de elevada competência técnica no Brasil, depende de vendas a terceiros e aplicação da sistemática de redução dos impostos para incentivo à exportação e à indústria de defesa.

 

Via – Força Aérea Brasileira

 

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