Mitsubishi Aircraft acusa Bombardier de tentar prejudicar o programa MRJ

Mitsubishi Avião MRJ SpaceJet
Foto: Mitsubishi/Divulgação

A Mitsubishi Aircraft, empresa que está se destacando com o programa de jatos regionais da MRJ, está acusando a Bombardier formalmente em forma de ação judicial por tentar impedir o progresso do desenvolvimento do MRJ.

“Durante vários anos, a Bombardier se envolveu em um esquema multifacetado de conduta ilegal anticompetitiva dirigida contra a Mitsubishi, seus parceiros e seus funcionários”, disse um comunicado da empresa emitido no dia 28 de janeiro.

Esse processo de janeiro é derivado de uma disputa na justiça, que começou em 19 de outubro de 2018, quando a Bombardier entrou com uma ação no mesmo tribunal contra a Mitsubishi Aircraft, a AeroTEC de Seattle e vários ex-funcionários da Bombardier.

A AeroTEC é uma empresa sediada em Seattle que auxilia nos testes de voo do MRJ, que estão ocorrendo nos Estados Unidos.

O processo da Bombardier alegou que a Mitsubishi e a AeroTEC induziram ex-engenheiros da Bombardier, que toparam roubar segredos comerciais e a aceitar novos empregos no programa do MRJ. Vale ressaltar que a Bombardier realizou uma demissão em massa de funcionários em 2018.

No novo processo, a Mitsubishi ressalta esse ponto como mais uma alegação que a Bombardier planeja prejudicar ao máximo o programa MRJ, atrasando a certificação da aeronave.

Bombardier CSeries quando estava em desenvolvimento.

Já a Bombardier alegou que vários engenheiros, antes de ingressar na Mitsubishi Aircraft e na AeroTEC, roubaram documentos “inestimáveis”, como os perfis de testes de voo do CSeries (chamado agora A220) e relatórios de certificação. A Bombardier alegou que essas ações violavam as leis comerciais federais e do estado de Washington, onde a Mitsubishi Aircraft tem uma filial que trabalha junto com a AeroTEC na certificação do MRJ.

A Mitsubishi Aircraft, a AeroTEC e os funcionários negaram as irregularidades, alegando que a Bombardier não tem provas, insistindo que nunca usaram esses documentos e pediram a um juiz que descartasse o processo.

“Desde o final de 2015, a Bombardier ameaçou, pressionou e tentou coagir a Mitsubishi Aircraft, seus parceiros sediados nos EUA e funcionários individuais que trabalham no programa MRJ”, disse outra declaração da Mitsubishi Aircraft. “Essas ameaças e o presente litígio constituem um esforço da Bombardier para impedir o progresso do desenvolvimento do MRJ e, finalmente, atrasar a entrada do MRJ no mercado.”

“Essa tática da Bombardier vai diminuir a mobilidade dos engenheiros aeroespaciais entre todos os programas de desenvolvimento de aeronaves, que tem sido uma norma estabelecida há décadas na indústria aeroespacial”, disse a Mitsubishi Aircraft em comunicado oficial.

“A tentativa da Mitsubishi Aircraft Corporation (MITAC) de reformular a disputa como algo diferente da justificada pela Bombardier é equivocada e falsa. Os fatos deste caso mostram claramente uma tentativa ilícita da MITAC de obter e usar segredos comerciais da Bombardier para promover a certificação de sua aeronave MRJ. Esse tipo de má conduta não é uma competição justa, como a MITAC finge, é errada e é ilegal. A MITAC e a AeroTEC são infratores individuais responsáveis”, disse a Bombardier em comunicado ao Portal FlightGlobal.

 

Via – FlightGlobal

 

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