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NASA adia lançamento de foguete que cumpriria seu primeiro voo para a Lua

por '@pedro

NASA Espaço SLS Artemis

A NASA informou na manhã desta segunda-feira (29/08) que precisou cancelar o lançamento do foguete SLS, que está equipado com a cápsula Orion. A agência cumpriria a primeira missão do Programa Artemis, que voaria rumo à Lua também pela primeira vez, marcando o retorno dos EUA ao nosso satélite natural.

Agora a próxima janela de lançamento é para o dia 02 de setembro, na sexta-feira desta semana. A NASA tentará fazer o lançamento entre 13h48 e 15h48 (horário de Brasília), mas uma nova avaliação será realizada na quinta-feira, e o foguete pode não decolar, se assim a agência decidir dependendo das condições externas.

De acordo com a NASA, os motores RS-25 do foguete não estavam na faixa de temperatura adequada necessária para ligar os motores, antes da decolagem, deste modo, a equipe do programa Artemis ficou sem tempo na janela de lançamento de duas horas.

Os quatro motores RS-25 do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) devem ser condicionados termicamente antes que o propelente super frio comece a fluir através deles para a decolagem.

Quatro motores RS-25 do SLS, que queimam hidrogênio e oxigênio líquidos, a chamada “queima criogênica”, que forma água.

Os controladores do centro de controle os condicionam aumentando a pressão no tanque de hidrogênio líquido do estágio central para direcionar, ou “sangrar”, como é frequentemente chamado, uma porção do hidrogênio líquido que está a aproximadamente -213º C para os motores.

O motivo é deixar os motores frios antes da ignição que elevará em dezenas de graus célsius a temperatura do material em poucos segundos. Se o lançamento fosse realizado com os motores em temperatura ambiente, possivelmente o material não suportaria todo o ciclo de uso.

A suspeita é que um problema no Motor 3 esteja relacionado com a leitura de um sensor, e não no mecanismo de acionamento do regulador de temperatura, válvulas ou nas turbobombas.

Nesta missão a meta da NASA é coletar o máximo possível de dados com um voo que orbitará a Terra e a Lua, com previsão para retornar ao planeta Terra em 10 de outubro, se o lançamento ocorrer nesta segunda-feira (29).

Por seis dias, a cápsula Orion orbitará o satélite natural do nosso planeta, a Lua, antes de retornar para uma órbita na Terra completando os 42 dias de missão científica.

Cápsula Orion passará a 100 km de distância da Lua. Foto: Boeing Space/Divulgação

Para a agência não dizer que está despejando combustível sem total propósito, o foguete carrega também 13 satélites de pequeno porte experimentais, produzidos por universidades do país, e a cápsula subirá ao espaço com experimentos científicos.

Desde 2021 a NASA realiza testes com o foguete SLS para a missão Artemis I, nos últimos dias o foguete foi posicionado em sua base de lançamento, o histórico PAD 39B do Kennedy Space Center, local responsável por transportar astronautas nos programas Apollo e Space Shuttle.

A missão Artemis I é um teste de voo sem tripulação, o primeiro de uma série de missões cada vez mais complexas para a Lua. A meta da NASA é até 2024 colocar um homem novamente na Lua, sendo que em 2023 a missão Artemis II fará um voo orbital lunar com astronautas.

 

O projeto do SLS que durou vários anos sem voar

Esse projeto da NASA custa cerca de U$ 2,5 bilhões ao ano e vem ganhado mais investimento e testes. O SLS deveria ser o substituto do Space Shuttle, juntamente coma  capacidade do Saturn V de fazer missões interplanetárias, no entanto, ocorreram diversos atrasos no desenvolvimento.

O motor RS-25 equipa o estágio central do Sistema de Lançamento Espacial da NASA (SLS), o novo foguete de grande porte da NASA. No total são quatro motores nesse estágio, marcando o maior e mais potente estágio central já construído, quando consideramos o conceito de uso de boosters, aproveitados do lançador do Space Shuttle, durante o lançamento.

O Space Shuttle também era equipado com motores RS-25, mas sem toda a potência de queima e com a duração do estágio central do SLS, que fornece um tanque de combustível maior.

O estágio central usado no primeiro voo está sendo montado por enquanto, ele tem a altura de um prédio com mais de 20 andares e capacidade para levar mais de 2 milhões e 600 mil litros de combustível, o RS-25 usa somente LOX (Oxigênio Líquido) e LH (Hidrogênio Líquido) para a propulsão, essa é uma das formas de propulsão mais eficiente do mundo, com nenhuma geração de resíduos e grande poder de explosão.

Além de carregar todo esse combustível o estágio central ainda tem um espaço para os motores e seus sistemas subjacentes, como as turbo-bombas e os computadores. Quem está sendo responsável por construir isso é a Boeing, que usa um robô para soldar as partes.

A estrutura laranja contém parte do estágio central do SLS. A altura está indicada em pés.

Vale lembrar que o SLS usa o mesmo conceito de foguetes como o lançador do Space Shuttle e o Delta IV Heavy, com dois booster de propelente sólido nas laterais. Esses boosters incrementam a aceleração inicial do foguete, quando todo o peso precisa vencer a força gravitacional, já que o propelente sólido oferece uma queima poderosa e rápida. Na foto acima podemos localizar o SRB através da estrutura lateral na cor branca.

 

Foguete que enviará homens para a Lua

O foguete Starship da SpaceX foi selecionado pela NASA para participar do programa Artemis, que tem como foco enviar humanos novamente para a Lua.

Dentro do programa Artemis será o primeiro da NASA com foco em levar humanos até a Lua desde o programa Apollo, da década de 60/70. O foguete da SpaceX será o primeiro a levar humanos para a Lua após o Saturn V, de acordo com a empresa.

Ao mesmo tempo a NASA disse que continua o desenvolvimento do SLS, seu novo foguete que na realidade tem como base os propulsores utilizados no programa do Space Shuttle.

O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA lançará quatro astronautas a bordo da espaçonave Orion para sua jornada de vários dias na órbita lunar. Lá, dois membros da tripulação serão transferidos para o sistema de pouso humano (HLS) da SpaceX para a etapa final de sua jornada à superfície da lua.

Ou seja, o foguete da SpaceX que será efetivamente utilizado para pousar na Lua.

Ilustração do projeto do módulo de pouso humano da SpaceX Starship que transportará os astronautas da NASA para a superfície da Lua durante a missão Artemis.

Após aproximadamente uma semana explorando a superfície, eles embarcarão no módulo de pouso para sua curta viagem de volta à órbita, de onde retornarão a Orion, da NASA, juntamente com outros astronautas, antes de retornar à Terra.

O esquema utilizando módulos de pouso e navegação é bem semelhante ao Programa Apollo, porém, agora há dois foguetes envolvidos em cada missão.

O contrato de desenvolvimento do Starship sob o programa Artemis tem um valor total de US$ 2,89 bilhões, e foi assinado recentemente entre a agência e a SpaceX.

A Força Aérea dos EUA também está interessada em lançamentos com o Starship, assim como a SpaceX planeja utilizar o foguete para, inicialmente, colocar os satélites Starlink de 2ª geração em órbita. Mandar homens para Marte é um buraco mais embaixo para Elon Musk.

 

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Espacial, Notícias

Tags: Artemis, Espaço +, Lua, NASA, SLS, usaexport

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