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Operação Santa Maria: C-130 da FAB transporta motor foguete de São Paulo para o Maranhão

Entre 27 de maio e 18 de junho, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) da Força Aérea Brasileira realizou a segunda fase da Operação Santa Maria 1/2021, onde um motor foguete S50 inerte foi transportado de São José dos Campos (SP) para o Centro de Lançamento de Alcântara (MA) por um C-130 Hércules. 

A Operação faz parte do desenvolvimento do Projeto do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1) e teve como objetivo a integração de um Motor-Foguete S50, carregado e inerte, com massa total de aproximadamente 13 toneladas, na Mesa de Lançamentos da Torre Móvel de Integração (TMI) do CLA. A atividade serviu de preparação para futuros lançamentos dos veículos VS-50 e VLM-1, que são desenvolvidos pelo Projeto VLM-1, explica a FAB. 

Segundo o Diretor do IAE, Brigadeiro do Ar Cesar Augusto ODonnell Alvan, a realização da Operação demandou meses de planejamento e envolveu diversos setores do IAE. “Foi realizado desde o projeto e desenho de todas as interfaces e sistemas, seguido pela análise estrutural, fabricação, metrologia e ensaios preliminares de integração no IAE, realizados em 2020. Já em Alcântara (MA), a Operação permitiu o primeiro exercício completo de transporte, montagem e integração do Motor S50 Inerte no ambiente operacional”, destacou.

Foto: FAB/Divulgação.

De acordo com o Gerente do Projeto VLM-1, Major Engenheiro Rodrigo César Rocha Lacerda, o Motor S50 inerte utilizado na missão possui as mesmas dimensões e massa de um Motor S50 ativo. “Ele foi carregado com propelente real, de forma que toda a operação de embarque do motor na aeronave C-130 Hércules da FAB, em São José dos Campos (SP), o transporte e o desembarque no CLA, foi tratada como se o Motor S50 estivesse sendo transportado para uma operação de lançamento”, explicou.

Com isso, todos os equipamentos de suporte em solo, Mechanical Ground Support Equipaments (MGSE), desenvolvidos para o Motor S50, puderam ser testados como se fossem um motor ativo, o que foi importante para o treinamento das equipes que, futuramente, irão operar nos lançamentos dos veículos VS-50 e, posteriormente, do VLM-1. Foram testados equipamentos como, por exemplo, o Dispositivo de Transporte, a Carreta Rodoviária, a Carreta Industrial de Integração e o Sistema de Basculamento e de Içamento do Motor. 

Para que esta integração fosse possível, o IAE teve de desenvolver novos sistemas e realizar adaptações na Mesa de Lançamentos da TMI como, por exemplo, um sistema pneumático de fixação do veículo, que também foi instalado e testado em conjunto com a montagem final do Motor S50 na Torre.

Foto: FAB/Divulgação.

Outra preocupação da equipe foi instrumentar o Motor S50 inerte durante toda a Operação, com sensores capazes de medir os níveis de vibração aos quais o motor real estará sujeito, nas fases de movimentação, transporte e integração, durante a operação de lançamentos. Ao final da Operação, o Motor S50 inerte foi transportado de volta para o IAE, onde outros testes serão realizados.

Projeto VLM-1

O Projeto VLM-1 é desenvolvido em conjunto pelo IAE e pela Agência Espacial Alemã (DLR). A parte brasileira do projeto é financiada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e compreende, primeiramente, o desenvolvimento do veículo Suborbital VS-50, para qualificação em voo do Motor S50, das redes elétricas e pirotécnicas e do sistema de Guiamento, Controle e Navegação que, posteriormente, serão empregados no VLM-1, mitigando os riscos técnicos do projeto, de maneira semelhante à estratégia da família de foguetes Sonda empregada com sucesso no passado.

 

O DCTA, o IAE e a AEB planejam, ainda, mais uma Operação em novembro de 2021, e outra em agosto de 2022. As atividades visam integrar os demais sistemas necessários para o lançamento do VS-50 V01, planejado para ocorrer no final de 2022.

Foto: FAB/Divulgação.

Em relação ao projeto, o Veículo Lançador de Microssatélites – 1 (VLM-1) objetiva atingir os objetivos previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para o segmento de veículos lançadores, dentre eles assegurar por completo o ciclo de acesso ao espaço. O veículo é um lançador de satélites, que terá a capacidade de colocar cargas úteis (30 kg) em Órbita Terrestre Baixa (LEO, na sigla em inglês).

A Operação Santa Maria 1/2021 contou com o apoio de diversas Organizações do DCTA e do COMAER, tais como:  o 1º/1ºGT no Transporte de ida/volta do Motor S50, o 5º/8º GAv no Sobreaviso de EVAM (Evacuação Aeromédica), o CTLA (Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica) no apoio para movimentação do Motor S50 em São José dos Campos, o IFI (Instituto de Fomento e Coordenação) e o GAP-SJ (Grupamento de Apoio de São José dos Campos), entre outras Organizações.

Atualmente, o projeto encontra-se em fase de desenvolvimento, com atividades sendo realizadas no IAE, no DLR (Centro Aeroespacial Alemão) e na indústria nacional. A empresa Avibras, por exemplo, é responsável pelo fornecimento de seis motores S50, sendo: um envelope motor S50 inerte, empregado com sucesso em outubro de 2018 no ensaio de ruptura, um motor para ensaios estruturais e carregamento inerte, concluídos em outubro de 2019, dois motores S50 para ensaios de queima em banco de provas e dois motores S50 para ensaios em voo do VS-50, assim como os meios mecânicos de solo para manuseio e movimentação do motor.

Via Força Aérea Brasileira. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Espacial, Militar, Notícias, Notícias

Tags: C-130 Hércules, Centro de Lançamento de Alcântara, Foguete, Força Aérea Brasileira, usaexport