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Pela primeira vez desde a Segunda Guerra um porta-aviões japonês opera com aeronaves de asa fixa

Um caça stealth F-35B Lightning II do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) está realizando testes a bordo do porta-aviões japonês JS Izumo (DDH-183). Os ensaios começaram no dia 03 de outubro e deverão se estender até quinta-feira (07). 

O teste conjunto entre Japão e Estados Unidos marca a primeira vez que uma embarcação da Marinha Japonesa opera com aeronaves de asa fixa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O Izumo foi construído originalmente como um porta-helicópteros, mas recebeu modificações que permitem a operação de caças F-35B, de pouso e decolagem curta/vertical. 

A belonave deve receber ainda mais modificações, incluindo no convés que deverá ser estendido, similar aos mesmos encontrados nos navios de assalto anfíbio da Marinha dos EUA. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em 2026, tornando o Izumo um completo porta-aviões. A partir do mesmo ano o JS Kaga (DDH-184), navio-irmão do Izumo, deverá receber as mesmas modificações.  

O F-35B usado nos testes pertence ao Esquadrão de Caça e Ataque dos Fuzileiros (VMFA) 242 Bats. A unidade, antigamente designada VMA(AW)-242, começou a transição para operar o F-35B em outubro de 2020, tendo atingido a Capacidade Operacional inicial (IOC) no mês passado. Antes de receber os caças stealth, o esquadrão operava com os F/A-18 Hornet. Os Bats tem como sede a Estação Aeronaval de Fuzileiros (MCAS) Iwakuni, localizada na Prefeitura de Yamaguchi. O Izumo foi deslocado para lá para a realização dos testes. 

Nos próximos anos, a Marinha de Autodefesa do Japão (JMSDF) deverá realizar suas próprias operações embarcadas. Tóquio planeja adquirir um total de 147 caças F-35, sendo 42 da variante F-35B e 105 da variante F-35A, de pouso e decolagem convencional. 

Os testes são considerados similares aos realizados a bordo do porta-aviões italiano Cavour e o britânico HMS Queen Elizabeth. O retorno das operações embarcadas da Marinha Japonesa já era aguardado, especialmente com a crescente ameaça da China ‘no seu quintal’. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, as forças armadas do Japão foram designadas como Forças de Autodefesa, o que excluía a possibilidade de se ter um porta-aviões, uma arma de ataque e projeção de poder. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: F-35B, Japão, Porta-Aviões, T, usaexport, USMC