A guerra na Ucrânia, que caminha para seu 10º mês, trouxe entre seus reflexos um estreitamento da parceria militar entre Irã e Rússia. Moscou comprou uma série de armamentos de Teerã e em contrapartida, pilotos iranianos voaram e treinaram em um dos mais avançados caças russos, o Sukhoi Su-35.
Segundo informações de representantes do Pentágono, a Rússia está fornecendo um “nível sem precedentes” de apoio militar e técnico ao Irã. Isso porquê o país recorreu ao seu parceiro persa para adquirir drones suicidas e até mesmo mísseis balísticos para atacar a Ucrânia.
Desde antes mesmo da invasão russa em 24/02, Kiev recebeu um imenso apoio dos Estados Unidos e OTAN, catalisado pelo início dos combates. A Rússia, que entrou sozinha no conflito, viu seu arsenal diminuir rapidamente, buscando apoio na compra de drones Shahed 136 do Irã, usando-os para atacar principalmente as cidades e redes de infraestrutura ucranianas.
Como parte dessa parceira renovada, a Rússia deverá fornecer armamentos avançados ao Irã, cujas forças armadas ainda possuem uma série de materiais obsoletos.
É o caso da Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF), ou apenas Força Aérea Iraniana, cujos caças mais avançados são o F-14 Tomcat, o MiG-29 e o Mirage F-1.
Isso, no entanto, poderá mudar a partir do ano que vem. O Pentágono diz que pilotos iranianos passaram por treinamento no caça Su-35, o que pode indicar que o país poderá recebê-los em 2023, sinalizando para uma parceria militar completa entre os dois países.
“Esta parceria representa uma ameaça não apenas para a Ucrânia, mas também para os vizinhos do Irã na região”, disse um alto funcionário do governo. “Compartilhamos essas informações com parceiros no Oriente Médio e em todo o mundo.”
As declarações do Departamento de Defesa dos EUA também reforçam reportes de setembro de que a IRIAF tinha interesse em adquirir um lote de 24 caças Su-35, possivelmente os mesmos que originalmente eram destinados ao Egito.
Como mencionado anteriormente, o Su-35 está entre os modelos mais modernos da Força Aérea Russa (VKS). O Su-35S é a variante mais nova da chamada “Família Flanker”, que teve início com o Sukhoi Su-27 ainda na década de 1970. É um caça de 4.5 (ou 4++) Geração, equipado com um par de motores turbofan Lyulka Saturn AL-41F1S com bocais móveis (empuxo vetorado), tornando-o super manobrável.
O jato possui 12 pontos duros para carregar diversos armamentos como mísseis ar-ar, ar-solo e antirradar, bombas guiadas, foguetes e outros, além de portar um canhão GSh-30-1 de 30mm, com 150 munições. Seus dois principais sensores são o radar de varredura eletrônica passiva (PESA) IRBIS-E e o IRST (Infrared Search and Track) OLS-35.
Oferecido para uma série de países (incluindo o Brasil), o Su-35 é operado apenas por Rússia e China: 110 aeronaves para a VKS e 24 para Pequim. O modelo também está sendo amplamente usado na Guerra da Ucrânia, onde pelo menos um desses aviões foi derrubado em abril.
Com informações de NBC