Porta-aviões dos EUA conduz operações com caças F-35C no Mar do Sul da China

Um caça stealth F-35C do esquadrão VFA-147 Argonauts prestes a ser catapultado do USS Carl Vinson (CVN-70). Foto: Mass Communication Specialist Seaman Isaiah Williams/US Navy.

Pela primeira vez a Marinha dos EUA está realizando operações com caças stealth F-35C Lightning II e aeronaves CMV-22B Osprey embarcadas em um porta-aviões no Mar do Sul da China. O USS Carl Vinson (CVN-70) chegou ao Mar Meridional da China na segunda-feira (06), através do Canal de Bashi, em meio às típicas tensões e protestos do gigante asiático, que reivindica a região. 

O Carl Vinson saiu de San Diego no início de agosto carregando a primeira ala aérea embarcada integrada da US Navy, também chamada de Ala do Futuro. Caças furtivos F-35C e aeronaves tilt-rotor de transporte CMV-22B estão, pela primeira vez, viajando operacionalmente com caças F/A-18E/F Super Hornet, aeronaves de guerra eletrônica E-2D Hawkeye e EA-18G Growler e helicópteros Seahawk, formando a Ala Aérea Embarcada 2 (CVW-2) do Grupo de Ataque de Porta-Aviões 1 (CSG-1). 

Mar Meridional da China: o porta-aviões USS Carl Vinson lançando um F-35C enquanto navega junto do USS Tulsa, navio de combate litorâneo da Classe Independence. Foto: Mass Communication Specialist 2nd Class Haydn N. Smith/US Navy.

A CVW-2 é composta pelos seguintes esquadrões: 

  • Esquadrão de Caça e Ataque (VFA) 147 Argonauts, com os caças F-35C Lightning II
  • VFA-2 Bounty Hunters, com o F/A-18F Super Hornet 
  • VFA-113 Stingers, com o F/A-18E Super Hornet 
  • VFA-192 Golden Dragons, com o F/A-18E Hornet
  • Esquadrão de Ataque Eletrônico (VAQ) 136 Gauntlets, com o EA-18G Growler
  • Esquadrão Logístico Multimissão (VRM) 30 Titans, com o CMV-22B Osprey
  • Esquadrão de Helicópteros de Ataque Marítimo (HSM) 78 Blue Hawks, com o MH-60R Seahawk 
  • Esquadrão de Helicópteros de Combate no Mar (HSC) 4 Black Knights, com o MH-60S Seahawk
  • Esquadrão Embarcado de Alerta Antecipado (VAW) 113 Black Eagles, com o E-2D Hawkeye. 

Antes de chegar nas tensas águas, as aeronaves do CVN-70 voaram com caças F-35B da Real Força Aérea Britânica e dos Fuzileiros Navais dos EUA que estão operando a partir do porta-aviões HMS Queen Elizabeth do Reino Unido, onde as forças exercitaram as capacidades de interoperabilidade. 

Um F/A-18E Super Hornet do VFA-192 Golden Dragons reabastece um F-35B dos Fuzileiros, junto de um EA-18G Growler do VAQ-136 The Gauntlets e caças F-35C do VFA-147 Argonauts. Foto: Lt. Cmdr. Bart Crowder/US Navy.

A chegada das embarcações da US Navy logicamente não agradou os chineses. Enquanto a Marinha dos EUA afirma que sua presença tem o objetivo de reforçar as leis internacionais que permitem a livre navegação em águas internacionais, a China responde dizendo que os norte-americanos estão demonstrando sua força e desestabilizando a região. 

Na última quarta-feira (08), a China reclamou e rastreou a navegação de um contratorpedeiro dos EUA. O USS Benfold, um destroyer de mísseis guiados da Classe Arleigh Burke, passou por áreas adjacentes ao recife Meiji no Mar da China Meridional “sem a permissão da China”, diz o jornal estatal chinês Global Times.

um CMV-22B Osprey do VRM-30 Titans durante operações noturnas a bordo do CVN-70. Foto: Mass Communication Specialist 3rd Class Tyler Wheaton/US Navy.

Tian Junli, Coronel da Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF) e porta-voz do Comando do Teatro do Sul, apontou que a ação dos EUA violou gravemente a soberania e a segurança da China. “Cada vez mais fatos provam que os EUA são o maior risco e destruidor da estabilidade e a paz na região”, disse o oficial. Tian enfatizou no comunicado que a China tem soberania sobre as ilhas e águas próximas e as tropas da PLAAF no Comando do Teatro do Sul estarão sempre em alerta máximo.

Em resposta às declarações chinesas, a 7ª Frota da Marinha dos EUA disse que o destroyer conduziu a chamada operação de liberdade de navegação (FONOP) de acordo com o direito internacional e depois continuou a conduzir as operações normais em águas internacionais.  

O USS Benfold (DDG-65) navegando em 2015. US Navy/Divulgação.

Os Estados Unidos continuarão a voar, navegar e operar onde o direito internacional permitir, como o USS Benfold fez aqui. Nada do que a China disser nos deterá”, diz a US Navy em comunicado emitido no dia 08.

“Proteger um Indo-Pacífico livre e aberto significa compreender o ambiente espacial, eletromagnético e de informação ao longo desta vital rodovia marítima internacional”, disse o capitão Tony Butera, comandante da guerra de informação do Grupo de Ataque do Carl Vinson.

As operações que conduzimos recentemente aumentaram nossa compreensão de múltiplos domínios desta área histórica, garantindo que as equipes de guerra de informação a bordo de nossos navios possam apoiar melhor os objetivos gerais do grupo de ataque de porta-aviões de manter a segurança, promover estabilidade e prevenir conflitos.”

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.