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Presidente da GOL diz que Avianca pode custar US$ 48 milhões para a companhia

Em uma entrevista para o Jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (23/04), o presidente da GOL, Paulo Kakinoff, afirmou que se a Avianca falir antes do leilão poderia custar para a empresa cerca de US$ 48 milhões (R$ 190 milhões), algo que seria revertido em um prejuízo notável para a GOL.

O leilão das 7 UPIs, como aprovado no plano de recuperação judicial, deverá ocorrer em até 15 dias, mas no mercado de aviação corre a informação que pode haver uma chance da companhia não conseguir sustentar suas operações até o dia 07 de maio.

“Destaco isso como um primeiro combate a uma falácia de que há interesse (da Gol) para que a Avianca não chegasse ao leilão”, disse Kakinoff.

De acordo com Kakinoff, a GOL já injetou US$ 13 milhões na Avianca Brasil, através do fundo Eliott. A LATAM fez outro investimento para manter as operações da companhia, do mesmo valor.

Na entrevista Kakinoff não citou um empréstimo de quase R$ 50 milhões realizado pela Azul desde março, para manter as operações da empresa.

“Do ponto de vista financeiro, perderíamos US$ 48 milhões. (Do ponto de vista operacional), continuaríamos com impactos significativos. A Gol nunca se recusou a receber clientes da Avianca, mesmo sem ter a menor perspectiva de que o custo desse transporte seria compensado”, disse Kakinoff na entrevista.

Kakinoff ainda completou dizendo que novos aportes na Avianca precisam ser discutidos dentro da empresa.

Paulo Kakinoff durante a apresentação de uma nova aeronave da GOL.

Ao mesmo tempo o Presidente da GOL rebateu as críticas realizadas pelo John Rodgerson, presidente da Azul, sobre a falta de competitividade e o duopólio que será formado em alguns aeroportos, sem a presença da Avianca.

“Por que a Azul não adquire as UPIs? Esse processo é competitivo, o que me faz crer que quem não gosta de competir é a Azul”, disse Kakinoff. 

“Sempre que se fala em competição, deve se entender quais os benefícios possíveis de serem extraídos desse ambiente. Um deles é o preço. O que se sabe não ser o caso da Azul, justamente por ser a empresa que cobra as tarifas mais caras do Brasil”, continuou Kaninoff em outro trecho. “A Gol está acostumada com competição.”

Paulo Kakinoff também disse que a GOL está negociando com a Avianca Brasil há dois anos, mas os assuntos de concentração de mercado desviaram o interesse da companhia na concorrente, durante as negociações. Isso também aponta que a diretoria da Avianca Brasil procurava um possível comprador para as suas operações desde 2017, pelo menos.

Tivemos tratativas infrutíferas ao longo dos últimos dois anos. Foram conversas esporádicas. A última, em dezembro. O assunto não prosperou porque as condições aventadas não pareciam ser factíveis para nós, inclusive a questão regulatória (de concentração).

 

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