Primeira imagem de um buraco negro confirma teoria de Einstein

Nesta quarta-feira (10/04), durante um evento organizado pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, cientistas apresentaram pela primeira vez uma imagem de um buraco negro (mais precisamente, da sua sombra) e também do horizonte de eventos em volta.

O buraco negro é da galáxia M87, que está distante 55 milhões de anos-luz da Terra, sua massa é cerca de 6,4 bilhões de massas solares, por ser mil vezes mais denso que o buraco negro do centro da Via Láctea, ele foi localizado meio que facilmente pelos cientistas, apesar da distância. O diâmetro do objeto é de 40 bilhões de quilômetros.

Um sistema chamado de EHT (Event Horizon Telescope) foi montado para analisar todos os dados do buraco negro, incluindo as emissões de radiação. Esse sistema é composto pelos telescópios ALMA, APEX, o telescópio IRAM de 30 metros, o telescópio James Clerk Maxwell, o telescópio milimétrico Alfonso Serrano, além de um arranjo de telescópio de ondas milimétricas e sub milimétricas, combinados com um ponto de observação no Polo Sul do nosso planeta.

Imagens da “lança” de raios-X do buraco negro, detectada pelo Satélite Chandra.

Para conseguir detectar a forte fonte de raios-X, os cientistas utilizaram os satélites Chandra e NuSTAR da NASA para medir o brilho de raios-X do jato do M87. Os cientistas usaram essa informação para comparar seus modelos do jato de radiação e do disco localizado nos arredores do buraco negro com as observações do EHT.

Os cientistas precisaram dos diversos telescópios terrestres devido à falta de capacidade do satélite Chandra de detectar a sombra do buraco negro, mas ele pode analisar fontes de raio-x, que nesse caso a “lança” se estende por 1000 anos luz.

Diversos pentabytes de dados foram combinados para formar os dados e imagens do buraco negro.

 

O Buraco Negro

Um buraco negro é um objeto extremamente denso do qual nenhuma luz ou átomo pode escapar. Qualquer coisa que esteja dentro do “horizonte de eventos” de um buraco negro, não terá retorno, será consumido, e nunca mais vai reemergir, por causa da gravidade inimaginavelmente forte do buraco negro.

Na imagem conseguimos observar o disco de acreção, localizado no horizonte de eventos do buraco negro, isso já representa a imensa gravidade do objeto atraindo os fótons e átomos da matéria, aquecendo-a e desfazendo as ligações químicas e eletromagnéticas.

Por sua própria natureza, um buraco negro não pode ser visto, mas o disco quente de material que o circunda brilha, pela emissão de fótons devido ao aquecimento da matéria. Contra um pano de fundo brilhante, como este disco, um buraco negro parece lançar uma sombra.

Com telescópios específicos é possível observar o raio ortogonal de raios X, saindo do Buraco Negro, ao mesmo tempo que a imensa massa escura do objeto forma uma sombra ao redor do disco de acreção.

Essa apresentação de hoje também confirma de maneira visual as maravilhosas teorias da relatividade de Albert Einstein, postuladas de 1900 a 1930, e também as afirmações de Stephen Hawking sobre buracos negros, um importante cientista dos tempos hodiernos.

Além do evento, os cientistas apresentaram o estudo sobre o Buraco Negro (e o processo de coleta dos dados) no periódico científico “The Astrophysical Journal Letters”. 

 

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