Rafale M será testado em Ski Jump pela Marinha Indiana

Dassault Rafale M naval

A partir do dia 06 deste mês, a Marinha Indiana vai conduzir uma série de testes com o caça naval Dassault Rafale M em uma rampa. O objetivo dos testes é avaliar se o jato francês poderá operar a bordo do novo porta-aviões da Índia, o INS Vikrant (IAC-1), que deve entrar em serviço em agosto. 

Durante 12 dias, o Rafale M será testado na rampa da Estação Aeronaval de Hansa (INS Hansa), aponta o Hindustan Times. A estrutura de 283 metros de comprimento simula a rampa encontrada no deque da embarcação, usada para lançar as aeronaves.

O método, chamado de STOBAR (Short Take-Off But Arrested Recovery), já é usado na Índia e outros países há décadas. No entanto, o Rafale M, usado no porta-aviões Charles de Gaulle da Marinha Francesa, opera com o sistema CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery), onde a aeronave decola com auxílio de uma catapulta. 

Um Rafale M decola armado com mísseis ar-ar MICA e um míssil antinavio AM-39 Exocet.

O mesmo ocorre com o Boeing F/A-18 Super Hornet. Em dezembro de 2020, o Super Hornet recebeu a certificação para operar com a rampa após passar por avaliações na Estação Aeronaval de Patuxent River, nos EUA.

Ainda assim, o modelo também será avaliado pela Marinha Indiana. Segundo o portal, a aeronave norte-americana deverá ser testada em março como uma alternativa ao Rafale M. Os dois caças já demonstraram interoperabilidade, com o jato francês operando a partir de porta-aviões da US Navy.

Problemas com o MiG-29

Atualmente, a Marinha Indiana possui 45 caças Mikoyan MiG-29K/KUB Fulcrum-D. Sediados na mesma base onde serão realizados os testes, os jatos de origem russa operam no porta-aviões INS Vikramaditya, um antigo navio soviético da Classe Kiev que foi modificado e modernizado pela Índia. 

Contudo, o modelo russo tem apresentado uma série de problemas, o que gerou críticas por parte do Governo Indiano. No espaço de um ano, três caças foram perdidos em acidentes, um deles fatal. Três anos antes dos sinistros, o Controlador e Auditor Geral da Índia (CAG) já apontava problemas com os motores e fly-by-wire dos MiG-29K.

A auditoria do CAG observou que um total de 65 motores (42 com 21 aeronaves e 23 sobressalentes) foram adquiridos. Mas desde a sua introdução em fevereiro de 2010, 40 motores (representando 62 por cento de 65 motores) foram retirados de serviço, rejeitados devido a defeitos/deficiências relacionados ao projeto.

Por isso, em 2017, a Índia anunciou que deverá substituir os MiG-29K por 57 novos aviões. A disputa agora é entre o Rafale M e o F/A-18E/F Super Hornet.

As novas aeronaves deverão operar ao lado do HAL TEDBF (Twin Engine Deck Based Fighter), um caça naval de 5ª Geração em fase de desenvolvimento. De acordo com a Agência de Desenvolvimento Aeronáutico, o primeiro teste de voo do caça bimotor é esperado antes de 2026 e a introdução na Marinha Indiana antes de 2031.

Modelo do HAL TEDBF apresentado no Aero India 2021

Hindustan Times também diz que como o INS Vikrant deve ser comissionado como INS Vikrant em 15 de agosto de 2022, o 75º ano da independência da Índia, há uma forte possibilidade de que a Marinha solicite o arrendamento quatro a cinco Rafale M em 2022 para que o porta-aviões esteja operacional. A Índia já tem uma instalação de treinamento de voo de manutenção do Rafale na base aérea de Ambala. Os aviadores navais serão treinados na INS Hansa.

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: Dassault, Índia, Porta-Aviões, Rafale, Ski Jump, Super Hornet, usaexport

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