“Embora ninguém tenha se ferido, interações como essas podem resultar em erros de cálculo e erros que levam a resultados mais perigosos”, disse o Capitão da Marinha dos EUA, Mike Kafka, porta-voz do Departamento de Defesa, em comunicado. Até o momento, a Rússia não se pronunciou sobre os eventos. 

Kafka diz que as aeronaves de patrulha marítima sofreram “interceptações não profissionais de aeronaves russas” enquanto “voavam no espaço aéreo internacional sobre o Mar Mediterrâneo.” Ele afirma que os Estados Unidos “deram a conhecer nossas preocupações às autoridades russas por meio de canais diplomáticos”.

Múltiplas fontes da CNN, que tiveram contato direto com relatórios sobre o incidente, descreveram as manobras dos aviões russos como “inseguras e pouco profissionais”. As fontes não deram detalhes como modelo das aeronaves e localizações precisas das interceptações, mas disseram que há vídeos dos incidentes. 

“Os EUA continuarão a operar de forma segura, profissional e consistente com a lei internacional em águas e espaços aéreos internacionais. Esperamos que a Rússia faça o mesmo”, reforçou o Capitão Kafka.

Embora as interceptações e encontros entre aeronaves russas e ocidentais ocorram com regularidade (principalmente no Mar Báltico), não é comum que sejam realizadas de maneira insegura. A maioria das interações é considerada segura e profissional pelos EUA. Voos dessa maneira só aumentam a sensibilidade da situação tensa na Europa. 

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O Pentágono não informou qual era a missão dos P-8 no Mediterrâneo, mas é possível que os jatos estivessem acompanhando navios militares russos, cuja presença na região tem aumentado cada vez mais, tanto pela presença russa na Síria quanto pela sua transição tendo como destino o Mar Negro. 

O P-8 Poseidon também cumpre missões de inteligência e reconhecimento de sinais e comunicação, apesar de não ser uma aeronave especialmente desenvolvida para essas operações, como é o caso do RC-135. 

Os EUA já haviam reclamado de interceptações inseguras por parte dos caças russos no passado, afirmando que tais ações colocam em risco a segurança dos voos. Além disso, podem causar incidentes diplomáticos.

Interceptação no Mediterrâneo, treinamento em Belarus

Enquanto realiza interceptações “inseguras” no Mediterrâneo, a Rússia também conduz o treinamento de interceptações em conjunto com a Força Aérea de Belarus. Moscou deslocou milhares de tropas para o país, que também faz fronteira com a Ucrânia. 

Caças Sukhoi Su-35S Flanker-E praticaram a interceptação simulada de uma aeronave que violava o espaço aéreo do Estado da União. O treinamento faz parte do exercício conjunto Union Courage 2022, afirma o Ministério da Defesa Russo. 

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O papel de “aeronave invasora” foi representado por um caça Su-30SM da Força Aérea de Belarus. Após a decolagem, o Su-35 aproximou-se do alvo aéreo, identificou-o e informou por rádio que era necessário pousar no aeródromo mais próximo.

Após descumprir as ordens, o piloto do Su-35 realizou uma série de manobras que dificultaram a continuidade do voo da aeronave intrusa, além de demonstrar prontidão para emprego dos armamentos. O piloto manobrou a aeronave de forma a mostrar aos tripulantes invasores sua carga de mísseis R-73 e R-77. 

“Como resultado, o intruso pousou no aeródromo de Baranovichi, onde o avião foi bloqueado, e sua tripulação foi detida por uma unidade da polícia militar”, informa o Ministério. 

Todos esses movimentos ocorrem em meio às tensões crescentes na região. A Rússia tem avançado suas tropas em direção à fronteira ucraniana, enquanto recua uma pequena parcela. Os EUA afirmam que irão apoiar a Ucrânia em caso de uma ação militar russa, ao passo que as conversas entre os líderes de Estado, OTAN e Moscou não tem gerado grandes resultados para desescalar a situação.