Sem capacidade de investimento, Bombardier pode entregar A220 totalmente à Airbus

Airbus A220

A Bombardier está avaliando uma possível saída completa do programa do A220, o qual a empresa tem 33,6% de participação.

“Com sua saída do setor aeroespacial comercial, a Bombardier está reavaliando sua participação contínua na ACLP”, diz a empresa em uma atualização ao mercado de investimentoem 16 de janeiro.

A Bombardier indicou que o programa do A220 está exigindo da empresa recursos adicionais, em um momento que a Airbus deseja ampliar a produção da aeronave nos Estados Unidos e também no Canadá, depois de conseguir uma extensa lista de encomendas.

A fabricante canadense logicamente precisa investir juntamente com a Airbus no aumento de produção, mas isso pode significar em mais impacto financeiro para a Bombardier, que tenta reverter uma tendência de prejuízo financeiro apresentada nos últimos trimestres.

O contrato original da Bombardier com a Airbus dá à Bombardier o direito de exigir que a Airbus adquira suas ações da ACLP após 7,5 anos do fechamento do negócio, que ocorreu em julho de 2018, mostram documentos regulatórios.

Como parte da alienação, a Bombardier concordou em “financiar os déficits de caixa” do programa, até US$ 350 milhões em 2019 e outros US$ 350 milhões durante o período 2020-2021. Em troca, a Bombardier recebe ações que pagam 2% de dividendos anuais, mostram documentos regulatórios.

Só em 30 de setembro de 2019, a Bombardier investiu US$ 575 milhões na ACLP, mostram documentos da empresa.

A alienação de capital para o CSeries (atual A220) provocou uma saída mais ampla da empresa da aviação comercial. Desde então, vendeu o programa turboélice Q400 e os locais de fabricação e serviços aeroespaciais na Irlanda do Norte, Marrocos e Dallas. A Bombardier também está avançando com um acordo para vender seu programa CRJ para a Mitsubishi Heaving Industries.

A empresa diz que pretende se concentrar nos jatos executivos e nos negócios de transporte, que fabricam trens, apesar desse último estar registrando prejuízos.

A Airbus possui 50,06% da ACLP e um terceiro parceiro, a organização financeira Investissement Quebec, possui 16,36%.

Até o momento da Bombardier não apresentou uma decisão oficial. Mas com tantas encomendas, a Airbus pode achar uma boa ideia comprar todo o programa do A220.

 

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