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Setor aéreo deve perder grande número de passageiros corporativos, afirma CEO da LATAM Brasil

LATAM Airlines CEO Jerome Cadier

Segundo Jerome Cadier, este tipo de perfil que representava 30% dos voos da cia antes da pandemia deve cair ainda mais após a crise e setor deve se apoiar no turismo para suprir baixa demanda;

Não há dúvidas de que o setor aéreo foi um dos mais afetados pela pandemia. Por ser muito exposto e com muita visibilidade, neste atual cenário tem ampliado um esforço maior na comunicação e interlocução com todos os seus diferentes públicos, seja pelo aumento do volume de informações, alterações de políticas e diretrizes internas, decisões governamentais ou restrições de movimentação.

Para Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil, o setor aéreo não será mais o mesmo depois que a crise passar. Essas e outras considerações foram feitas no dia 5 de abril, durante a 5ª edição do Aberje Trends – Tendências de Comunicação, organizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 100% digital.

Durante o bate papo virtual, mediado pelo jornalista e empresário Roberto D’Ávila, Jerome Cadier disse como a companhia tem enfrentado a pandemia. “O que foi exacerbado nessa crise é o cenário complexo que muda a todo instante exigindo que estejamos constantemente conectados, fazendo com que todos se sintam mais desgastados, mais cansados”, acentuou.

O executivo ressalta a importância de se entender que a mudança de comportamento de reuniões a trabalho não é de agora, veio pra ficar. Para se ter uma ideia, antes da pandemia, cerca de 30% dos passageiros em um voo viajavam por motivo de trabalho e os outros 70% a turismo, números que podem demorar a voltar a esse patamar.

“O passageiro de negócios vai se recompor muito mais lentamente e acho que não volta nessa proporção, já que o setor será muito mais sensível a preço no futuro.”

“Por isso, as empresas aéreas precisam se preparar para serem muito mais eficientes, pois a decisão do passageiro de turismo será pelo preço mais baixo. O setor aéreo vai mudar radicalmente”, frisou.

Desafiados pela pandemia, o papel dos CEOs se expandiu ainda mais para as áreas sociais e ambientais, além de ganhar uma cobrança maior por governança (ESG). Para Cadier, isso não é uma tendência de um ano para cá, mas de décadas, que fez algumas empresas reforçarem a marca corporativa, porque o consumidor já quer saber além da embalagem.

“A crise deu uma acelerada nisso, porque todo o mundo se preocupou de forma profunda, com a sustentabilidade do ponto de vista de saúde, do ponto de vista de meio ambiente, como as empresas contribuem para o desenvolvimento da sociedade”, reforçou.

Quanto aos principais desafios de Comunicação junto aos colaboradores e clientes da companhia, Cadier ressaltou a dificuldade de garantir a veracidade das informações diante de um cenário com informações que mudavam o tempo todo.

“Aumentamos de forma brutal a frequência de reuniões e vídeos de comunicação e sempre com uma narrativa e referência, com muita repetição”, contou.

“Outra coisa que ajudou para o engajamento dos funcionários foi reconhecer os exemplos positivos dando visibilidade às pessoas ao compartilhar seus esforços no dia a dia”, completou.

A quantidade de dados e informações que existem hoje para digerir e administrar veio para ficar, na opinião do executivo.

“Eu adoraria dizer que tudo vai voltar ao normal, que as pessoas vão voltar aos escritórios e que todo mundo vai voltar a viajar, mas a verdade é que os últimos doze meses mostraram pra muitos de nós que as ferramentas digitais são um complemento maior do que estávamos utilizando antes. Parte dessas reuniões presenciais serão, sim, substituídas por reuniões digitais sem necessidade de se deslocar”, analisou.

 

Via: Aberje

 

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