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Sobrevida? Airbus estuda conversão para cargueiro no A380

O Airbus A380 foi uma grande aposta da fabricante europeia, porém não conseguiu um grande volume de vendas, apenas 251. Hoje, abril de 2021, está sendo fabricado o último desses grandes aviões que prometiam ser um grande marco na história da aviação, entretanto a crise mundial de saúde praticamente fez com que 80% desses fossem retirados.

Seu principal concorrente é o norte-americano Boeing 747, que diferente do avião europeu fez sucesso tanto em transporte de passageiros como de cargas. Nos dias atuais, diante do cenário em alta no volume de cargas, o jato americano ainda é um dos aviões mais utilizados.

Segundo a FreightWaves, a Airbus tem realizado pesquisas para saber o interesse das companhias aéreas em ter um A380 para transporte de cargas e passageiros. A conversão do deck inferior do ‘superjumbo’ é possível, entretanto demanda tempo e investimento além de uma quantidade considerável de clientes para obter o retorno.

“Estamos sempre buscando aprimorar nossos produtos, mantendo-os na vanguarda da tecnologia. Estamos em constante diálogo com nossos clientes sobre as mais recentes tecnologias de ponta e inovações em andamento ”, disse o porta-voz da Airbus, Bart Greer à FreightWaves.

“Se observarmos o interesse suficiente do cliente em um cargueiro convertido para o A380, investigaríamos essa possibilidade mais a fundo”, completou. 

Ainda de acordo com a FreightWaves, duas pessoas ligadas a fabricante europeia que preferiram não se identificar, confirmaram que a Airbus está aprofundando os estudos para viabilizar a conversão e duas companhias aéreas já foram consultadas. 

Para Stan Wraight, presidente da Strategic Aviation Solutions International, voltada para consultoria na aviação, a Airbus precisa de uma grande quantidade de pedidos para que todo o trabalho se torne lucrativo. 

“É melhor eles conseguirem 50 ou 60 pedidos para fazer esse trabalho”, afirma Stan.

Foto – Airbus

O cenário atual não favorece o A380, observando grandes empresas que operavam o modelo como a Air France e a Lufthansa, ambas investiram em aeronaves com a capacidade similar ao do ‘superjumbo’ porém mais econômicas de operar. 

Mesmo com tantos Boeings 747 aposentados, essas aeronaves ainda ganham uma sobrevida operando como cargueiros. A sua conversão é comum de se acontecer, e se torna um negócio rentável para algumas empresas. Poucas empresas planejam retomar voos com o Airbus A380, como a British, China Southern, a Singapore e a Korean Air, além da Emirates que já está operando.

Ainda há um longo caminho para a Airbus conseguir chegar a uma solução para conseguir tornar o A380 em um avião rentável tanto para passageiros como cargas na mesma aeronave. A conversão da aeronave, divide opiniões no setor.

“Uma razão para tal configuração é que o teto do convés principal do A380 pode não ser alto o suficiente para caber paletes de 3 metros”, disse Steve Fortune, Diretor da Fortune Aviation Services. 

“A altura do piso da aeronave de passageiros era diferente do que a FedEx precisava antes que a Airbus cancelasse os planos em 2007 para construir uma versão de cargueiro devido a preocupações com vendas e diferentes requisitos de engenharia.” Completou.

Fortune trabalhou na FedEx na época que houve o projeto de um A380 totalmente cargueiro, assim como ele, outros analistas concordam que o projeto de dois decks do A380 torna a conversão inviável. 

Chris Seymour analista chefe de mercado da Ascend, também não acredita em uma conversão do ‘superjumbo’. “Não acreditamos que uma conversão de passageiro em cargueiro do A380 seja viável, especialmente dado o alto peso vazio da aeronave em relação ao seu potencial de carga”. Disse Chris Seymour.

“Especificamente, o projeto do passageiros e a localização do convés superior não são ideais para uso de carga e a aeronave ficaria relativamente comprometida no contexto de carga útil, com volume significativo, mas com potenciais restrições de peso”. Completou.

A Airbus ainda não informou maiores detalhes sobre a conversão e nem quais foram as companhias aéreas consultadas até o momento. 

 

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