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A última imagem decodificada da Cassini é vislumbrante

A Cassini recentemente mergulhou na atmosfera de Saturno para desintegra-se de vez, mas até seus últimos segundos ela continuou enviando informações para os cientistas aqui na Terra.

Algumas de suas últimas fotos foram já perto da atmosfera, como na foto abaixo, os cientistas ficaram tão entusiasmados que deram preferência a decodificar primeiro isso, para depois ver o resultado das outras fotos que chegaram através da Deep Space Web. Apesar disso tudo a Cassini também registrou uma belíssima imagem na sua descida para entrar na atmosfera do planeta de anéis, a foto acima representa esse registro feito pela sonda com todo o planeta de saturno em contraluz e mostrando os gigantescos anéis de fragmentos de rocha.

No mesmo dia a câmera de grande angular da Cassini tirou 42 fotos vermelhas, verdes e azuis, cobrindo o planeta e seus anéis principais de uma extremidade a outra. 

A sonda foi responsável por olhar para as luas de Saturno como nenhum outro equipamento observou até o momento, nem mesmo a básica Sonda Voyager estudou tanto o planeta como a Sonda Cassini.

 

 

O Gran Finale

As últimas órbitas da Cassini, que foram realizadas desde o dia 22 de abril, foram de extremo perigo para a sonda, depois de descobrir muitos detalhes sobre as luas, os cientistas decidiram aproximar a sonda dos anéis congelados de Saturno, para descobrir mais detalhes sobre a formação deles.

Digamos que os anéis de Saturno são formados por vários fragmentos de pedras, perto do planeta parecem poeira, e vendo de longe esse conjunto de pedras forma um anel que reflete a luz do Sol e causa uma curiosa sombra no planeta. Alguns detalhes são impossíveis de serem visto a partir da Terra, como o GIF abaixo obtido a partir de um sensor em preto-e-branco da Cassini, onde uma deformação no anel é causada devido a um objeto com maior diâmetro.

Detalhe dos movimentos nos anéis de Saturno.

Os cientistas aproveitaram de um espaço de 2,4 mil quilômetros entre os anéis para conseguir ver de perto os movimentos, é bastante espaço, considerando que a sonda Cassini tem 6,7 metros de altura e 4m de largura, mas pouco se algum erro na órbita não foi estimado.

Mas perto do dia 15 de setembro órbita mais importante foi realizada, a Sonda Cassini se desintegraria na atmosfera densa de Saturno, tão densa que ela não chegaria nem a atingir as nuvens do planeta. Devido ao delay de comunicação, de 83 minutos, os cientistas da NASA e ESA programaram tudo antecipadamente, até os dados que deveriam ser enviados para a Terra e o alinhamento da antena com nosso planeta, para evitar que as informações fossem perdidas por um erro.

Foto – NASA

Então a Sonda iniciou o mergulho na atmosfera de Saturno, a previsão é que o contato com a Terra fosse totalmente perdido às 08h55, já contabilizando o delay. Por causa da grande gravidade de Saturno a sonda atingiria a velocidade de 113 mil km/h antes de se desintegrar a 1900 km de altitude da camada de nuvens.

Os cientistas precisaram aumentar a propulsão com intuito de frear a Sonda na entrada em Saturno, assim ela poderia coletar mais dados antes de colapsar, com menor velocidade a força de arrasto diminui. Então a Cassini perdeu contato com a Terra a cerca de 1500 km de altitude das nuvens.

Perspectiva artística da entrada em Saturno. Foto – NASA/JPL

Depois de se desintegrar, a Cassini virou pó, e provavelmente virou gás com a grande pressão do nosso planeta de anéis. Foram 2 minutos até seus fragmentos sumirem totalmente em Saturno.

Foto – NASA

Minutos depois os cientistas conseguiram receber os últimos dados científicos, de fotos foram poucas, visto que a prioridade era o envio de arquivos pequenos e com dados valiosos sobre a atmosfera de Saturno. As antenas da Deep Space Network foram apontadas especificamente para cobrir o final desta missão, como na imagem acima.

 

A missão

Em 1997 a sonda Cassini foi lançada em 1997, ela fez várias voltas ao redor da Terra e Vênus para pegar o famoso impulso gravitacional, usado pela NASA também em outras sondas, isso evita que a sonda precise ter muito combustível para chegar até o planeta desejado usando propulsão comum, com a gravidade dos planetas, a imagem abaixo explica bem como isso é possível.

Foto – NASA

Anteriormente as sondas Voyager e Pioneer já tinham estudado um pouco mais sobre Saturno e suas Luas, porém a baixa resolução das câmeras e os equipamentos primitivos utilizados não permitiram uma análise totalmente detalhada, além disso o tempo da missão em Saturno foi curto, nenhuma dessas sondas citadas ficou 13 anos estudando o planeta.

Para isso foi criada uma associação entre a ESA (Europa) e a NASA (EUA) para iniciar uma missão chamada Cassini-Huygens, é possível entender mais sobre isso com o histórico da missão, que falaremos mais abaixo. Em 1997 a nave foi lançada da Terra a partir de um foguete Titan IV.

Para pegar o impulso gravitacional, como citamos acima, a nave passou duas vezes por Vênus e uma pela Terra, deu uma voltinha no gigante Júpiter antes de chegar em Saturno e iniciar suas órbitas. A sonda alcançou nesta etapa a velocidade de 44 km/s em relação ao Sol, uma velocidade quatro vezes maior em comparação com a velocidade de escape da Terra.

 

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Aeroflap

Autor: Aeroflap

Categorias: Espacial, Notícias