Uma análise – Paraquedas em aeronaves monomotoras

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Ontem pela manhã (04/11), recebi uma notícia via meios altamente tecnológicos (resumindo, whatsapp) de que uma aeronave monomotora tinha caído a baixa altitude nos Estados Unidos e nenhum dos ocupantes a bordo tinha sofrido algum problema sério de saúde.

Analisando os fatos percebi duas coisas, na primeira o único motor motor da aeronave deu pane, isso sozinho já é ruim. No segundo ponto a aeronave tinha acabado de decolar e estava em baixa altitude retornando para o aeroporto, vendo que é um monomotor de asa curta, logo se conclui que de planador não tem nada, vai cair como pedra.

Atrativo do Cirrus é o paraquedas que fica guardado embaixo da janela traseira.

Atrativo do Cirrus é o paraquedas que fica guardado embaixo da janela traseira.

Vendo pelas imagens e vídeos compartilhados nas notícias, ao que me pareceu, era um Cirrus SR22, também amplamente conhecido por sua característica de vir com paraquedas de série. E realmente vinha, o piloto Bill Simon de 56 anos acionou o paraquedas quando percebeu que a queda de pressão de óleo no motor tinha se agravado e resultou em uma falha no motor, impedindo a aeronave de adquirir velocidade até realizar o pouso. Nessa situação a única opção que lhe resta é acionar o paraquedas da aeronave, tanto para salvar os passageiros que estavam a bordo, como juridicamente quando for levantada as causas do acidente (ou incidente se ninguém morrer).

Isso nos trás a responsabilidade a qual devia ser inerente as empresas que fabricam aeronaves, de fato com inúmeros incidentes ou acidentes diários com aviões monomotores, podemos perceber o quão possível é de decolar e no meio do voo ter uma pane, as vezes em uma situação ruim como essa acima (baixa altitude, baixa velocidade), ás vezes induzir um pouso forçado em um ambiente totalmente deserto (mas pra isso temos o ELT). Enfim, uma aeronave monomotora é bem suscetível a problemas como falhas, e analisando isso podemos melhorar ainda mais os índices de pouso com segurança se for implantado um sistema de paraquedas em cada uma, evitaríamos muita situação ruim em aeroclubes, escola de voo, donos de pequenas aeronaves e até mesmo algo mais sério que envolva pessoas fora do voo.

Só para lembrar, essa adequação de segurança também pode trazer custos adicionais para o fabricante, lembramos por volta da década de 70 a 80 em que era super barato comprar uma aeronave monomotora nos Estados Unidos, mas quando a FAA melhorou os critérios de segurança para a operação de uma aeronave desse tipo logo os preços ficaram mais caros e o avião não se tornou algo tão popular como era antes, mas tudo isso visando uma certificação de segurança melhor do que a anterior. Eles bem que poderiam partir do mesmo princípio do Etops que adotaram quando aviões bimotores a reação se tornaram febre, só que agora partindo do mesmo princípio para um monomotor.

O vídeo permite ver que mesmo com motor parado a aeronave desceu desacelerando, ao contrário de como cairia quando estolada, veja o vídeo abaixo.

Por uma aviação de pequeno porte mais segura…

 

ELT – Emergency Locator Transmitter – Transmissor de Localização em Emergência

 

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