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Vídeo: Coletiva de Presidente e Primeiro-Ministro é interrompida por alerta em base aérea

Um fato inusitado ocorreu ontem (08) na Base Aérea de Šiauliai, na Lituânia, quando a coletiva de imprensa do Primeiro-Ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e do Presidente lituano, Gitanas Nauséda, foi interrompida para que dois caças Eurofighter Typhoon da Ejercito del Aire (Força Aérea Espanhola) pudessem decolar e interceptar dois jatos de ataque russos Sukhoi Su-24 Fencer.

Os dois presidentes falavam com a mídia em frente ao jato quando um militar avisou aos líderes nacionais que eles precisavam se retirar, ao mesmo tempo que o piloto do jato, junto com os técnicos de solo, corriam para acionar e preparar a aeronave. 

Sánchez e Nauséda visitavam a base para ver um acionamento tipo “Tango”, ou seja, um treinamento, mas aparentemente não foi necessário. Os Typhoons foram acionados em um alerta “Alpha”, real, e decolaram para interceptar duas aeronaves russas, mais tarde identificadas como um par de jatos Su-24. Depois da decolagem dos caças, a entrevista prosseguiu no hangar vazio. Sánchez aproveitou a oportunidade do alerta para mostrar “a importância da nossa presença aqui”.

Os caças espanhóis estão na Lituânia desde o dia 30 de abril, aponta o The War Zone, participando da missão de Policiamento Aéreo da OTAN no Báltico (BAP). Cerca de 140 militares da Espanha e sete caças estão em Šiauliai. Como Lituânia, Letônia e Estônia – que se juntaram à aliança militar em 2004 – não tem caças em suas respectivas Forças Aéreas, os outros países da OTAN se revezam na missão de defesa.

Atualmente, além da Espanha, a Itália também participada da BAP com seus caças F-35A Lightning II, voando a partir da base aérea de Ämari, na Estônia, apoiados por um destacamento de caças F-16 Fighting Falcon da Turquia desdobrados em Malbork, na Polônia, segundo informações do The War Zone. No mês passado, um par de F-35 italianos interceptaram um An-12 russo que era escoltado por um Sukhoi Su-30SM, marcando o primeiro encontro do jato furtivo italiano com o caça biposto da Rússia.

Segundo as diretrizes da OTAN, a aeronave deve estar no ar em até 15 minutos a partir do momento do alerta. Os caças decolam com armamentos reais, numa configuração normalmente composta de dois mísseis ar-ar de curto-alcance e dois de médio ou longo alcance.

Os Typhoons espanhóis que decolaram em meio à coletiva de ontem carregavam um par de mísseis IRIS-T, de curto alcance, e mais um par de mísseis AIM-120 AMRAAM, além de tanques de combustível subalares. Internamente, o Typhoon carrega um canhão Mauser BK-27, de 27mm, com 150 munições. 

Veja Mais: conheça os códigos da OTAN para o disparo de mísseis ar-ar e ar-solo

As aeronaves são acionadas quando um contato não identificado adentra uma certa porção do espaço aéreo sem estar de acordo com as regras internacionais de voo, o que inclui a falta de um plano de voo adequado, o não-uso de transponder (que indica posição e altitude da aeronave), o voo sem comunicação com o controle de tráfego aéreo e demais atitudes que trazem riscos aos aviões civis, explica o The War Zone. 

No Twitter, o Comando Aéreo da OTAN afirmou que os Su-24 interceptados ontem “não seguiam os regulamentos de voo internacionalmente reconhecidos”. Um oficial da OTAN confirmou à Associated Press que os aviões “não apresentaram um plano de voo, não estavam usando o transponder de voo nem conversaram com os controladores de tráfego”. Os dois jatos carregam marcações da Aviação Naval Russa, com pelo menos um deles sendo identificado como um Su-24MR Fencer-E, uma variante usadas em missões de reconhecimento.

Militares correm junto de um caça Tyohoon durante o alerta que interrompeu a coletiva do Primeiro-Ministro espanhol e Presidente da Lituânia. Foto: Mindaugas Kulbis/AP via ABC News.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: Espanha, Eurofighter Typhoon, Interceptação, OTAN, usaexport