Vídeo: nova bomba dos EUA parte navio ao meio durante testes

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Na última semana publicamos o teste da nova bomba antinavio da Força Aérea dos EUA (USAF), a chamada QUICKSINK. Após divulgar o sucesso do teste, o Laboratório de Pesquisas da USAF (AFRL) publicou ontem (02) um vídeo mostrando a bomba de quase 1 tonelada partindo um navio ao meio. 

A bomba GBU-31/B JDAM modificada não acerta o navio em cheio, mas sim a linha d’água ao seu lado. O efeito da explosão abaixo da embarcação ainda é devastador. O navio é arremessado e bate contra a água violentamente. A popa afunda em segundos, enquanto o resto do casco vai se enchendo de água e sucumbe logo em seguida. Confira as imagens. 

Questionado pelo portal The War Zone, o AFRL disse que a embarcação era um antigo navio de carga, sem dar mais detalhes sobre o alvo. “A AFRL e a 96ª Ala de Testes tomaram precauções para atender aos requisitos ambientais consistentes com as práticas de afundamento de navios da Marinha dos EUA e as práticas ambientais do estado da Flórida”, disse a organização ao portal. 

A demonstração foi realizada na última quinta-feira (28), numa área de testes no Golfo do México. Um caça bombardeiro F-15E Strike Eagle do 85º Esquadrão de Testes lançou uma única Quicksink contra o alvo, suficiente para quebrar o navio ao meio. 

Foto: USAF.

Segundo publicações do AFRL, o projeto Quicksink visa replicar a letalidade de um torpedo Mark 48 da Marinha dos EUA, que também é parceira do programa. Dessa forma, a USAF pode obter efeitos semelhantes ao ataque de torpedos com o emprego de bombas pesadas, com taxas mais altas e sobre uma área maior.

Quando um torpedo pesado, como o Mark 48, é disparado contra um navio, o objetivo principal é explodir abaixo da quilha da embarcação. Esse método de ataque também é conhecido como “quebrar as costas”, e é absolutamente letal para qualquer tipo de navio. 

A Quicksink se trata de uma bomba GBU-31 JDAM de 907 kg, modificada para emprego contra navios. O projeto do AFRL combina a guiagem por GPS/INS da JDAM com uma nova cabeça de busca, ainda em desenvolvimento.

Os cientistas e engenheiros do AFRL estão desenvolvendo o buscador para permitir o posicionamento preciso da bomba, através de uma arquitetura de sistemas de armas abertos (WOSA). 

Segundo o War Zone, este novo “buscador marítimo para todos os climas” parece incluir pelo menos um sensor de busca por radiofrequência, mas também apresenta um design multimodo. Dessa forma, a cabeça de busca permite que a Quicksink procure e, em seguida, trave em seu alvo na fase terminal de seu voo. 

O buscador – com desenho similar ao das bombas Paveway guiadas por laser – pode ser visto no vídeo abaixo. 

Ainda não está claro se a Quicksink tem ou não modificações adicionais em sua ogiva para otimizá-la para o papel antinavio. Várias operações de espoleta já estão disponíveis para bombas JDAM comuns.

Uma espoleta com detonação atrasada poderia permitir que a bomba exploda na quilha do navio, gerando os efeitos vistos no vídeo.

Também é importante observar que o navio usado nos testes não é uma embarcação militar e já estava claramente desgastado de certa forma. Ao mesmo tempo, uma JDAM tem um alcance máximo de apenas 15 milhas, aproximadamente, indicando que a Quicksink será empregada contra alvos levemente defendidos. 

Foto: USAF.

De toda maneira, a capacidade de destruição da bomba, combinada com a agilidade de emprego, tornam a Quicksink um meio adicional valioso contra ameaças navais. A bomba também é mais barata e flexível que mísseis antinavio tradicionais e torpedos como o próprio Mark 48, lhe dando ainda mais pontos positivos. 

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Antinavio, bomba, EUA, usaexport, USAF

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