O retorno do 737 MAX ao serviço pode criar um novo problema para as companhias aéreas, o excesso de oferta de assentos em poucos dias.

Ao todo são mais de 370 aviões 737 MAX de companhias aéreas parados, e esses já estariam aptos a retornar aos voos comerciais após a atualização do software de voo, algo que demanda pouco tempo para ser realizado, e depende somente das agências reguladoras liberarem a atualização feita pela Boeing.

Além desses aviões, a Boeing tem quase 400 aviões 737 MAX prontos, e deve entregar cerca de 40 a 70 aviões por mês após a liberação do 737 MAX, outro ponto que deve causar excesso de oferta nas companhias aéreas. Outros especialistas apontam que a Boeing demorará a entregar todos esses 400 aviões.

Rob Morris, chefe global de consultoria da Ascend by Cirium, sediada no Reino Unido, disse que a combinação de qualquer recuperação rápida nas entregas, preocupações econômicas e um acúmulo de pressões de mercado que ocorreram antes dos acidentes podem dificultar a absorção dos jatos nas frotas.

“O próximo ano é o desafio. Quando a barragem quebrar e o MAX começar a fluir, haverá muitas aeronaves”, disse Morris em entrevista na conferência da Airline Economics Growth Frontiers. “Pode haver até 1000 aeronaves excedentes no próximo ano”.

Algumas companhias, como a GOL, arrendaram aviões extras para compor a frota, e evitaram o cancelamento de voos, porém essas empresas precisarão devolver os aviões extras, e aqueles que deixaram de ser aposentados, ao mesmo tempo que o 737 MAX retorna ao serviço.

Outras companhias, como a Southwest e a American Airlines, assumiram o cancelamento de milhares de voos durante um ano, devido à falta do 737 MAX, e reduziram automaticamente a oferta de assentos.

A Boeing disse que pretende devolver o 737 MAX para o serviço nos Estados Unidos até o final de 2019, depois de fazer alterações no software após os acidentes que mataram 346 pessoas.