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A principal preocupação da GOL pode não ser a RJ e muito menos a ‘possível’ investida de uma concorrente

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O ano de 2024 tem sido um dos mais desafiadores na história da GOL Linhas Aéreas Inteligentes, que recentemente, anunciou a entrada na Recuperação Judicia (RJ) nos Estados Unidos (Chapter 11), em decorrência de uma dívida R$ 20 bilhões, sendo 3 bilhões com vencimentos no curto prazo.

Se a Recuperação Judicial (RJ) parecia ser a sua maior preocupação, a companhia tentou colocar uma queixa na justiça contra a LATAM Airlines, alegando que estava tendo pilotos assediados, incluindo o interesse em suas aeronaves.

De fato, a LATAM Airlines fez um anúncio sobre o interesse em aeronaves Boeing 737 da GOL, conforme publicado na Reuters, mas a empresa alegou a desistência nas negociações por “falta de envolvimento significativo por parte da GOL” no avanço das negociações.

Além disso, nas últimas semanas, a GOL mais uma vez virou o epicentro das notícias de aviação após o possível interesse da Azul em adquirir a companhia, mas até agora nenhuma das empresas emitiram um comunicado oficial do assunto, resumindo-se apenas a informação de “fontes oriundas de executivos”.

Se as últimas especulações envolvendo a Azul e a LATAM podem ser ‘motivos de preocupação’ para companhia, talvez nem a Recuperação Judicial a amedronte tanto, sendo que o Grupo LATAM realizou o mesmo pedido em maio de 2020, momento em que a pandemia assombrava o mundo, no qual a LATAM acabou saindo mais fortalecida.

Quem passa pelo Aeroporto de Confins desde 2020, talvez já tenha percebido um número significativo de aeronaves paradas próximas ao hangar de manutenção da companhia, inclusive, há aviões sem operar desde a época do pico da pandemia, ou seja: estão perto de completar quase 4 anos no estado inoperante.

Estima-se que há cerca de 20 aeronaves paradas em Belo Horizonte, praticamente todas da série NG (-800 e -700), mas se estas aeronaves estão paradas, não seria prudente por parte da GOL colocá-las de volta aos céus ou devolver aos lessors? Pois bem, talvez este seja o maior desafio da companhia aérea nos seus 23 anos de existência.

Confira abaixo algumas aeronaves paradas em Confins (CNF):

Perguntados sobre o assunto, fontes próximas comentaram que a falta de peças por parte dos fornecedores MRO e fabricantes tem sido o principal entrave para um melhor desfecho nos acordos com os arrendadores de leasing.  Com a falta de peças, muitas aeronaves estão com o destino incerto ou com as devoluções travadas.

Recentemente, o presidente o executivo da Embraer no Brasil, Francisco Gomes Neto, disse que os problemas na cadeia de suprimentos (peças) está melhorando aos poucos, ou seja: até os principais fabricantes também foram afetados, respingando diretamente nas companhias aéreas ao nível global.

Por falar no Boeing 737 MAX, a GOL espera receber mais 14 novas unidades do modelo, contudo, o fabricante enfrenta problemas com atrasos nas entregas a curto prazo após o recente episódio envolvendo um 737 MAX 9 da Alaska Airlines, culminando em denúncias na qualidade de fabricação dos jatos, com relatos de furos mal perfurados em algumas fuselagens. Ainda não se sabe se de fato a Boeing vai cumprir o número de entregas para a GOL.

Querendo ou não, a GOL acaba sendo afetada com a falta de novas aeronaves, afetando diretamente o seu plano de reestruturação de frota nos planos da recuperação judicial.

Com a frota de 141 aeronaves dividida entre o Boeing 737 NG (-800/-700) e o 737 MAX (de última geração), a companhia deverá encerrar o ano de 2024 entre 125 a 133 aeronaves.

Ter aviões parados não é nada atrativo financeiramente falando e talvez, o seu maior desafio seja não ter mais nenhum avião inoperante por tanto tempo em solo, para que a empresa aérea siga o seu plano de RJ de forma mais saudável.

Veja o que a GOL anunciou recentemente sobre a questão do leasing de aeronaves:

Estamos satisfeitos com as negociações e acordos de arrendamento de aeronaves alcançados até o momento, à medida que nos concentramos em garantir que a GOL tenha a capacidade certa para continuar a atender nossos destinos atuais e nossos planos de expansão. A disponibilidade atual de aviões nos permite escolher quais aeronaves e parcerias de leasing são adequadas para a GOL, à medida que continuamos a posicionar melhor nossa frota para o futuro. Seguimos tendo conversas positivas com os nossos parceiros arrendadores de aeronaves e esperamos chegar a um acordo sobre aviões adicionais nas próximas semanas.

 

Por fim, a GOL recentemente emitiu que a questão operacional a GOL tem lucro, refletidos na venda de passagens e operações cargas, bem como também está apta para receber novas aeronaves.

 

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Gabriel Benevides

Autor: Gabriel Benevides

Redator Apaixonado por aviões e fotografia, sempre estou em busca de curiosidades no universo da aviação. Contato: [email protected]

Categorias: Companhias Aéreas, Notícias

Tags: 737 NG, 737-MAX, azul, Azul Linhas Aéreas, Boeing, Companhias Aéreas, GOL, Gol linhas aéreas, Grupo LATAM