Após prometer o desenvolvimento do AS2 e até mesmo lançar uma outra aeronave supersônica, o AS3, a Aerion acabou cancelando todos os seus projetos e encerrando temporariamente as suas atividades.
O encerramento das atividades foi realizado devido ao delicado momento da start-up, que está sem dinheiro para desenvolver os projetos.
“A Aerion Corporation está agora tomando as medidas adequadas em consideração a este ambiente financeiro contínuo”, disse a Aerion Supersonic em um e-mail.
A empresa diz que tem uma carteira de pedidos de US$ 11,7 bilhões, no entanto, diversas empresas já entraram e saíram da parceria para desenvolver o jato, como a Boeing, GE e Lockheed Martin. A Aerion contou até mesmo com a ajuda da NASA, mas o projeto de um avião supersônico é extremamente caro, e perdurou por muito tempo consumindo o caixa da start-up.
Com a pandemia, a demanda por aeronaves diminuiu abruptamente, e a Aerion mesmo assim continuou o projeto, apresentando o hipersônico AS3 e ressaltando que ainda estava com as encomendas.
Cerca de 150 funcionários trabalhavam na empresa. A quantidade deveria aumentar após 2023, quando a montagem da primeira aeronave deveria começar, para o primeiro voo programado em 2024.
A Flexjet fez um pedido de 20 aviões AS2 em 2015, e a NetJets assinou um Memorando de Entendimento (MOU) para 20 unidades. Cada avião AS2 custa US$ 120 milhões para o cliente.
O custo total do desenvolvimento, se este continuasse, poderia ultrapassar os US$ 4 bilhões, sem contabilizar a fabricação das aeronaves dos clientes. Além disso, a Aerion tinha paralelamente apresentado o projeto de uma aeronave ainda mais rápida, a AS3, que você pode ver no vídeo abaixo.
Aerion AS2
O Aerion AS2 é um avião capaz de voar a Mach 1.4 com 12 passageiros a bordo, e com alcance máximo de 7600 km. Este focava principalmente no mercado de aviões executivos.
A configuração de três motores levava uma versão modificada do CFM 56 como propulsor, sem o uso de pós-combustor para atingir a velocidade de cruzeiro supersônica. A exigência de muita potência na parte quente do motor é inerente ao projeto dos supersônicos, de acordo com a empresa.
Apesar de prometer resolver o problema do BoomSônico, permitindo voos supersônicos acima dos continentes, o AS2 não deveria incorporar uma outra importante tecnologia, o novo motor de ciclo adaptativo da GE, que promete uma economia de até 25% no consumo de combustível.