A concessionária que administra o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ganhou uma aprovação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre um pedido da própria empresa, de uma recomposição de outorga da concessão.

Com isso, a ANAC precisará dar um desconto de R$ 428,6 milhões em cima do ágio de R$ 19 bilhões proposto pela operadora em 2013. Esse abatimento é referente ao ano de 2021, quando a demanda do mercado de aviação foi menor devido à pandemia de Covid-19.

Como o aeroporto está em processo de devolução à União, o diretor da ANAC Tiago Pereira pediu que esse valor não seja abatido das parcelas mensais e anuais da outorga, mas da compensação financeira a ser paga pela concessionária ao devolver o terminal.

Com a decisão, a ANAC busca dar as respostas necessárias para que o setor aéreo continue em funcionamento durante a pandemia de Covid-19. A postergação temporária dos pagamentos tem o intuito de mitigar dificuldades financeiras de curto prazo, aliviando o fluxo de caixa das concessionárias de aeroportos.

Histórico de operação do Aeroporto do Galeão

Em 2013 a Odebrecht ganhou o leilão do Aeroporto do Galeão com um ágio de R$ 19 bilhões, em um lance de quase 294% acima do preço mínimo do leilão. A Changi entrou com uma participação minoritária, mas ganhou a administração do terminal após a Odebrecht, na época em crise, repassar sua participação para a operadora de Cingapura.

O valor foi superior até mesmo ao apresentado em 2012 pela GRU Airport para a concessão do Aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil e porta de entrada para passageiros de voos internacionais.

Desde que assumiu em 2014, o RIOgaleão ampliou a capacidade do aeroporto e aprimorou sua operação. Com um investimento de R$ 2,6 bilhões, construiu um novo píer (extensão do Terminal 2) e proporcionou melhorias fundamentais ao serviço em tempo recorde para os Jogos Olímpicos Rio 2016.