Segundo um jornal suíço, a Airbus ofereceu ao Governo Suíço a montagem do Eurofighter Typhoon no país caso a aeronave seja escolhida como o novo caça do país. O delta-canard produzido pelo consórcio Eurofighter, composto por companhias da Itália, Alemanha, França, Inglaterra e Espanha, compete contra o F-35A Lightning, Dassault Rafale e F/A-18E/F Super Hornet pelo contrato de 6 bilhões de francos suíços.
Na última quarta-feira a Reuters reportou que um programa investigativo suíço obteve informações de insiders, apontando que o F-35 americano é o favorito para substituir a frota de caças F-5E/F Tiger II e F/A-18C/D Hornet da Schweizer Luftwaffe, a Força Aérea Suíça. A aeronave deverá ser escolhida pelo parlamento suíço amanhã (30).
O Typhoon, e os outros modelos, também disputam o contrato H-X da Força Aérea Finlandesa. O Saab Gripen, que foi retirado da “corrida” suíça em 2019 por ainda estar em desenvolvimento, também concorre o H-X.
Segundo o jornal SonntagsZeitung, o chefe de vendas da Airbus Defense and Space, Bernhard Brenner, disse que a Suíça, um país tradicionalmente neutro, não deveria se basear apenas na avaliação divulgada na semana passada.
“Os elementos econômicos e políticos são tão importantes quanto”, disse ele. O jornal disse que a Airbus apresentou um dossiê de 700 páginas apenas sobre “compensações” econômicas, referindo-se a negócios paralelos que direcionam os custos do contrato de volta aos fornecedores locais.
O governo está dividido entre aqueles que são a favor do F-35 e aqueles que preferem um acordo europeu para ajudar a suavizar as relações com a União Europeia depois que a Suíça rejeitou um projeto de tratado bilateral após anos de negociações, afirma a Reuters.
Os ministros da Defesa da Alemanha, Itália, Espanha e Grã-Bretanha escreveram à Berna no ano passado oferecendo não apenas cooperação militar, como treinamento, mas também parcerias em economia, energia, ciência, meio ambiente, transporte, segurança cibernética e infraestrutura, disse Brenner ao jornal.
A França tem pressionado Berna para escolher o Rafale, enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, discutia o acordo com os líderes suíços, enquanto estava em Genebra neste mês para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. O Ministério da Defesa suíço não quis comentar o caso.