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ALTA: Preço dos combustíveis influencia na queda da recuperação de passageiros na América Latina

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O relatório da Associação Latino Americana e do Caribe de Transporte Aéreo – ALTA, referente a fevereiro de 2023, mostra novamente uma desaceleração no ritmo de recuperação da América Latina e Caribe (LAC) se comparado a 2022, atingindo 98% dos níveis de 2019. Entre os principais desafios estão a volatilidade do preço dos combustíveis, a inflação e a desvalorização das moedas. No Brasil, apesar da Petrobras ter anunciado nesta semana (04/03) uma redução de 5,7% nos preços do QAV, a medida ainda não é suficiente para ajudar no desenvolvimento e democratização do setor.

A diferença (spread) entre o preço do barril de petróleo e do querosene de aviação aumentou consideravelmente, de modo que, enquanto em janeiro de 2021 o valor do QAV era 14% superior ao do petróleo, em março de 2023 essa diferença aumentou quase 4 vezes, chegando a 55%.

Segundo o CEO e diretor executivo da ALTA, José Ricardo Botelho, em março de 2023 o preço dos combustíveis estava 90% mais alto em comparação a janeiro de 2021. “Esse fator impacta diretamente os custos operacionais das companhias aéreas e, portanto, sua capacidade de oferecer melhores tarifas finais aos passageiros”.

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Gráfico: ALTA

Nos primeiros dias de março, o valor do querosene de aviação ultrapassou 120 dólares e, no dia 20 de março, ficou em 104,9 dólares, o menor do mês. Para o CEO da ALTA, o combustível continua apresentando muita volatilidade, o que gera apreensão no setor.

“Na pré-pandemia, o combustível representava cerca de 30% dos custos operacionais das companhias aéreas da região e no Brasil ultrapassava os 40%. O QAV tem sido historicamente mais alto no Brasil do que no resto do mundo, o que prejudica tanto os consumidores quanto a economia do país. Entre as principais razões para essa diferença está a forma de precificação adotada, as questões tributárias e uma distribuição que ainda precisa melhorar em termos de eficiência”, explica Botelho.

Em termos de custos operacionais das companhias aéreas, para o quarto trimestre de 2022, o combustível representou 43%. No período pré-pandemia a média girava os 32%.

Gráfico: ALTA

Combustível Sustentável de Aviação (SAF)

 A indústria de transporte aéreo está comprometida em ser neutra em carbono até 2050 e, para atingir essa meta, aproximadamente 65% desse valor deve ser proveniente do uso de combustíveis sustentáveis ​​– SAF.

Dados da S&P Global Commodity Insights, comprovam uma leve evolução. Em 20 de março de 2023, o SAF era 2,3 vezes mais caro que o combustível comum. Essa diferença já foi reduzida, se comparada a 2021, quando o SAF chegou a ser 3,3 vezes mais caro.

A demanda é grande. De acordo com a ALTA, a indústria exigirá até 2050 uma produção anual de 449 bilhões de litros de biocombustível para ser abastecida.

“A ALTA convoca as autoridades da região a trabalharem juntas em agendas de estado que permitam a promoção de regulamentações inteligentes para a produção e distribuição em larga escala de SAF. Na região temos todas as matérias-primas necessárias e esta é uma grande oportunidade de gerar emprego e renda para os países por meio de uma indústria altamente produtiva”, destaca o CEO da ALTA.

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Gráfico: ALTA

 

Modelo de precificação do QAV desatualizado

Para Botelho, o Brasil enfrenta um desafio no ambiente concorrencial do setor. A precificação atual do QAV é baseada na lei 9478/97, que estabelece o modelo de precificação de paridade de importação praticado por países importadores de petróleo.

“No entanto, o Brasil está muito mais próximo de ser um país autossuficiente em petróleo do que um importador, o que significa que o modelo poderia ser revisto. A ALTA e a indústria estão prontas para contribuir com dados e estudos”, afirma.

 

 

Via: ALTA

 

 

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