Asas Rotativas: Conheça os helicópteros da Força Aérea Brasileira

Foto: Sgt. Guto/FAB.

O helicóptero é uma das máquinas voadoras mais versáteis do mundo da aviação, sendo usado em múltiplas aplicações civis e militares. Na Força Aérea Brasileira, esse tipo de aeronave se faz presente desde 1952, quando em dezembro daquele ano a FAB recebeu três Bell 47 (designados H-13), marcando o primeiro uso de helicópteros militares no Brasil.

Hoje, a organização emprega cinco modelos de helicópteros em oito esquadrões espalhados pelo país. Vamos conhecer essas aeronaves. 

Helibras H-50 Esquilo

H-50 Esquilo do Esquadrão Gavião disparando uma metralhadora .50. Foto: Cabo Feitosa/FAB.

Em serviço com a FAB desde 1986, o H-50 Esquilo tem sua origem na Europa, mas no Brasil é fabricado pela Helibras, subsidiária da Airbus Helicopters, antiga Eurocopter. É um helicóptero leve e pequeno, capaz de usar um par de metralhadoras calibre .50 BMG ou pods de foguetes de 70mm.

Atualmente, esse modelo é operado pelo Esquadrão Gavião (1º/11º GAv) na Ala 10, em Parnamirim (RN) na instrução dos aspirantes recém chegados da Academia da Força Aérea, formando os novos pilotos da Aviação de Asas Rotativas. A própria Academia mantém um Esquilo em suas dependências para missões de salvamento.

Inicialmente designado UH-50, essa aeronave também foi usada pelo Esquadrão Poti entre 1987 e 2009. 

H-50 Esquilo do Esquadrão Gavião disparando foguetes SBAT 70, de 70mm. Foto: Cabo Feitosa/FAB.

Sikorsky H-60L Black Hawk

Helicópteros H-60L Black Hawk do Esquadrão Harpia. Foto: Sargento Johnson/FAB.

Um dos helicópteros militares mais famosos de todos os tempos, o Sikorsky UH-60/S-70 Black Hawk nasceu nos Estados Unidos para substituir o Bell UH-1 Huey/Iroquois. No Brasil, ele veio com o mesmo objetivo. 

A FAB recebeu seus primeiros UH-60, aqui designados H-60L, em 2007. As aeronaves substituíram os UH-1H do Esquadrão Harpia (7º/8º GAv) da Base Aérea de Manaus – Ala 8, onde ainda operam. Hoje, a FAB conta com 18 exemplares na frota, sendo operados pelos esquadrões Pantera (5º/8º GAv), de Santa Maria, e Pelicano (2º/10º GAv), de Campo Grande. 

O Black Hawk é usado principalmente em missões de busca e resgate, especialmente pelo Esquadrão Pelicano, unidade da FAB dedicada à esse tipo de operação. Além disso, também transportam tropas e material logístico.

Em 2009, os H-60L do Harpia foram usados nas buscas ao voo AF447 da Air France. Anos mais tarde, em 2013, os helicópteros do Esquadrão Pantera transportaram diversas vítimas do incêndio na Boate Kiss de Santa Maria para Porto Alegre. 

Capaz de atingir uma velocidade máxima de 295Km/h, o H-60 pode ser armado com duas metralhadoras rotativas Dillon Aero M134 Minigun, calibre 7,62x51mm. 

As metralhadoras M134 são montadas nas laterais da aeronave. Foto: Sargento Batista/FAB.

Helibras/Eurocopter H-36/VH-36 Caracal

H-36 do Esquadrão Puma. Foto: Cabo V. Santos/FAB.

Os 18 exemplares do H-36 Caracal em serviço com a FAB foram adquiridos no âmbito do Projeto HX-BR, que previa o fornecimento de 50 aeronaves do mesmo modelo à Marinha, Exército e Força Aérea. 

Sucessor dos CH-34 Super Puma, o H-36 (EC725/H225M) é fabricado pela Helibras, sendo o último membro de uma longa família de helicópteros que nasceu com o Aérospatiale SA.330 Puma, modelo que também foi brevemente operado pela Força Aérea Brasileira. 

H-36 em REVO com um KC-130M Hércules. Foto: FAB/Divulgação.

Usado em missões de transporte de tropas, transporte logístico, transporte VIP e busca e salvamento, o Caracal se destaca por ser o único helicóptero da FAB capaz de fazer reabastecimento em voo, operação que foi certificada pela FAB em 2020 após a conclusão da Campanha de REVO com o H-36. A aeronave também pode ser armada com duas metralhadoras calibre 7,62x51mm e foi bastante usada nas operações de busca na rompimento da barragem em Brumadinho. 

O modelo é operado nos esquadrões Falcão (1º/8º), da Ala 10, e Puma (3º/8º GAv), da Base Aérea de Santa Cruz – Ala 12, e no 3º Esquadrão do Grupo de Transporte Especial, sediado na Ala 1, Base Aérea de Brasília, atuando como helicóptero presidencial. Designada VH-36, a versão VIP é totalmente modificada para o transporte do Presidente da República, tarefa antes realizada pelo VH-34 Super Puma.  

VH-36 Carcaral. Foto: André Magalhães

Mil Mi-35M/AH-2 Sabre

O AH-2 Sabre é o único helicóptero de ataque no Brasil. Foto: Sargento Johnson/FAB.

Primeira e única aeronave militar de origem russa no país, e o único helicóptero de ataque em serviço no Brasil, o Mi-35M Hind, designado AH-2 Sabre na FAB é, assim como o H-60, um dos mais conhecidos helicópteros de combate no mundo. Essa é a versão mais nova do Mil Mi-24 Hind projetado na antiga União Soviética e que segue em operação até os dias de hoje em vários países.  

São 12 unidades em serviço com o Esquadrão Poti (2º/8º GAv) da Base Aérea de Porto Velho – Ala 6, em Rondônia. As aeronaves estão em serviço desde 2010 e são facilmente reconhecidas pelo seu design e tamanho, sendo empregadas em missões de suporte aéreo, busca e resgate, interceptação de aeronaves ilícitas, patrulha de fronteiras, dentre outras.

Equipado com lançadores de chaffs e flares, supressores de calor, telêmetros, sensores térmicos e de TV, os AH-2 ainda tem as garras afiadas: são armados com um canhão GSh-23L de 23mm montado em uma torre móvel no nariz e podem usar 40 foguetes S-8 de 80mm e 16 mísseis antitanque 9M120 Ataka. Além disso, o Sabre ainda pode transportar oito soldados totalmente equipados e sua blindagem resiste a tiros de calibre .50 e 20mm. 

O AH-2 Sabre disparando foguetes S-8 de 80mm. Foto: Cabo V. Santos/FAB.

Eurocopter EC-135/VH-35

Foto: Sargento Bianca/FAB.

Um dos modelos mais novos da frota de aeronaves VIP da FAB, os dois EC-135, designados VH-35 pela FAB, foram adquiridos como os novos helicópteros presidenciais, transportando o Presidente da República em deslocamentos mais curtos, dentro do Distrito Federal, por exemplo. 

As aeronaves chegaram em 2008 para substituir os VH-55 Fennec/Esquilo Biturbina e assim como VH-36, são operadas pelo 3º Esquadrão do GTE. 

O VH-35 sobrevoando o Lago Paranoá com os VH-34 e VH-55, já aposentados. Foto: Sargento Johnson/FAB.

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.