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Ataque de grupo separatista a base dos EUA em Porto Rico completa 40 anos

Na última terça-feira, dia 12, completaram-se 40 anos de um ataque de um grupo separatista porto-riquenho contra a Base Aérea de Muñiz, da Guarda Aérea Nacional de Porto Rico (Puerto Rico ANG). 

Tudo começou na madrugada daquele dia 12 de janeiro de 1981, o grupo responsável era o Exército Popular Boricua ou “Macheteros”, que buscavam a independência de Porto Rico em relação aos EUA.

Vista aérea da base da Guarda Nacional de Muñiz- Foto: Google Earth

O ataque à base da Guarda Nacional de Muñiz, uma entre outras bases norte-americanas na ilha no caribe, foi bem pensada, a começar pela data, o aniversário de Eugenio María de Hostos, um defensor da independência de Porto Rico.

Outro ponto de destaque foi que o ataque começou justamente na troca de turnos da segurança na base, o que demonstrou o quão o grupo estava privilegiado com informações importantes.

Estratégia do grupo e danos aos A-7D Cosair II:

A base abrigava 18 caças de ataque ao solo A-7D Cosair II no momento do ataque do grupo separatista.

Informações sugeririam que até 25 mochilas com explosivos foram colocados perto de 11 aeronaves.

Foto de arquivo: USAF.

Feito todo esse processo, o grupo que conseguiu entrar sem ser visto, conseguiu sair da mesma forma e só do lado de fora da base, detonaram os explosivos.

Como resultado final oito aviões foram totalmente destruídos, e outros dois foram danificados.

O pós ataque:

No dia seguinte o grupo separatista porto-riquenho emitiu um comunicado assumindo a autoria do ataque e condenando a presença dos EUA na ilha. O grupo também afirmou “solidariedade ao povo de El Salvador e suas organizações revolucionárias. Na época, El Salvador lutava contra a ditadura militar apoiada pelos Estados Unidos. 

O incidente chamou atenção para a facilidade que os revolucionários tiveram para invadir a base aérea. Logo após o ataque a segurança foi reforçada: o número de guardas em patrulha passou de 10 para 60 e a base recebeu cercas elétricas. Também foram recomendadas a instalação de câmeras de segurança, sistemas de alarmes, melhorias na iluminação e aumentar o treinamento do pessoal de segurança da base. 

O ataque também foi o estopim para uma reforma nos programas de segurança das bases aéreas, ordenada pelo chefe de pessoal da Força Aérea dos EUA. Foi descoberto que, ao todo, 44 bases estavam sob alto risco de invasão, sendo 15 delas no exterior. Em 1984 o pessoal de segurança passou a ter mais rádios, veículos e patrulhas armadas com quatro militares.

Combatentes do Exército Revolucionário- Foto: Wikimedia Commons

Com o passar do tempo, a segurança das bases aéreas ficou cada vez mais enfocada, especialmente com os conflitos no Oriente Médio, onde as bases naquela região sofriam ameaças constantes do Talibã. Em setembro de 2012 um ataque de forças talibãs contra a Base Aérea de Camp Bastion deixou dois mortos, 17 feridos e causou danos graves a oito aviões de ataque AV-8B Harrier II e um C-130 Hercules. 

Após a Guerra Fria a presença militar americana em Porto Rico diminuiu drasticamente. Em 1998 a Guarda Aérea Nacional de Porto Rico passou a voar aeronaves de transporte C-130, aposentando seus F-16 Fighting Falcon (substitutos dos A-7D Corsair II). Quanto ao Exército Popular Boricua, ele ainda existe, porém, muito mais enfraquecido após reestruturações e a morte de seu líder. Em um referendo popular de 2020, a maioria dos moradores da ilha votou para que o território se tornasse um estado dos EUA.

 

Escrita por: André Magalhães e Gabriel Centeno. Fonte: The War Zone – The Drive

 

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