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Avianca e Viva Air na mesma holding, o que isso muda para a aviação da América Latina?

Avianca Colômbia Boeing 787

A Avianca Airlines e a Viva Air Colômbia, anunciaram na madrugada desta sexta-feira (29) um acordo para unificar e formar uma holding com serviços para as duas empresas, visando ampliar conectividades, reforçar malhas e fortalecer financeiramente ambas.

Esse tipo de acordo não é uma novidade no setor da aviação, o acordo não é uma fusão e sim a unificação de direitos econômicos, mas até o momento, tanto Avianca como a Viva Air irão permanecer com suas marcas e frotas operando separadamente mas em conjunto de uma com a outra.

Quem são Avianca e Viva Air Colômbia?

A Avianca é uma das companhias aéreas mais antigas do mundo, fundada em 1919, tem mais de 100 anos voando comercialmente. A companhia aérea de bandeira da Colômbia passou nos últimos anos por diversas reformulações, a mais recente sob a recuperação do Capítulo 11 dos EUA.

Junto com suas subsidiárias, a Avianca conecta Bogotá sua principal base a mais de 30 destinos na América Central, Norte e Sul além da Europa. A atual frota da empresa apenas contabilizando a matriz colombiana, é de 100 aeronaves, com 88 delas ativas.

A Avianca tem sua frota composta em sua maioria por aeronaves Airbus sendo os modelos A319, A320ceo e NEO e o A330, este último na versão de passageiros será aposentado pela empresa em breve. A companhia conta ainda com o Boeing 787 para voos internacionais.

A companhia aérea é a maior da Colômbia, conectando Bogotá a 24 destinos domésticos além de outros hubs como Cali e Medellín. 

A empresa possui ainda mais oito subsidiárias em países da América do Sul e também na Central. Tamanha rede de rotas e conexões será uma opção para o fortalecimento das operações da Viva Air.

Viva AIr
Foto: Viva Air

A ‘novata’ Viva Air, surgiu em 2009 como uma empresa low-cost na Colômbia porém começou a voar somente em 2012. A companhia começou operando com aeronaves Airbus A320 e permanece até os dias de hoje como o único modelo a operar pela empresa.

Atualmente a Viva Air Colômbia estabeleceu bases operacionais em Medellín e Bogotá além de Cali. 

A empresa realiza voos para 12 destinos dentro da Colômbia, e cinco destinos internacionais para Miami e Orlando nos EUA, Cancún e Cidade do México e Lima no Peru. 

O Peru conta com uma subsidiária da Viva Air, e tem voos para sete cidades peruanas também com aeronaves Airbus A320ceo e NEO.

Atualmente a frota da Viva Air é composta por 22 aeronaves Airbus A320ceo/neo com capacidade para 188 passageiros, uma configuração de alta demanda. A companhia low-cost adotou recentemente uma nova marca e uma nova pintura de suas aeronaves, dando inicio a uma nova fase da empresa.

Em breve a Viva Air vai operar voos no Brasil a partir de junho, ligando as cidades de Medellín e São Paulo inicialmente.

Na prática, como isso vai influenciar a aviação na América Latina? 

Uma parte dos serviços que a Avianca oferece tanto em rotas como em destinos hoje são servidas pela Viva Air. Na prática, as duas empresas irão fortalecer os voos e conexões de locais onde há uma crescente demanda por viagens tanto a lazer como a negócios.

Agora, há uma segunda porta de entrada e saída na Colômbia com o hub da Viva Air em Medellín, poderá impulsionar tanto a economia local como facilitar em conexões. 

Outro importante ponto é a presença ‘indireta’ da Avianca de novo no mercado peruano, onde a empresa não conta mais com uma subsidiária. A presença da Viva vai permitir uma malha mais ampla em voos partindo e com destino ao Peru, podendo se conectar até em voos para a Europa.

Mais do que um fortalecimento financeiro entre as empresas, também é uma resposta a demanda e as novas filosofias do setor aéreo após o caótico período da pandemia, onde a própria gigante e experiente Avianca precisou se reorganizar.

A pandemia só colaborou para esse processo ser feito detalhadamente e fortalecer a empresa, já que passou por alguns anos com sérios problemas financeiros na era dos irmãos Efromovich.

Avianca
Photo by: Rodrigo Rott | Aeroflap

A Viva chegará dando fôlego e novas oportunidades de negócio para a aviação colombiana e também da América Latina. O setor aéreo da região está mostrando força na retomada de viagens, um exemplo é a Aerolíneas Argentinas que aposta firme no mercado sul-americano.

O Brasil está entre os mercados onde poderá ser melhor explorado por ambas as empresas, a Avianca oferece ligações para Bogotá a partir de duas cidades brasileiras. A Viva tem planos para operar três destinos no Brasil para Medellín, permitindo uma opção maior tanto para Colômbia como para o Peru em conexões rápidas.

Com frotas semelhantes, as duas empresas também poderão compartilhar experiências e serviços de manutenção.

Com gigantes latino-americanas como o Grupo LATAM, o setor será beneficiado com mais um forte concorrente no continente. Além disso, ainda há possibilidades de a chilena low-cost SKY entrar no negócio.

Viva Air Colômbia Brasil
Foto: Thomas Pougheon / Spot Plane From Balcony

Ter um braço low-cost é algo costumeiro na aviação, principalmente na Europa. Empresas como a Lufthansa que são empresas matriz e realizam uma ampla conexão, possuem empresas subsidiárias com serviços mais enxutos e eficazes.

O Grupo Air France/KLM também é um bom exemplo a ser citado, a diferença é de que ambas as empresas são grandes matrizes e possuem ligações com empresas menores low-cost, para explorar de uma forma mais ampla e melhor destinos longes dos grandes centros europeus.

Em meio ao novo cenário, as empresas estão buscando novas formas de lucrar e serem eficazes em seus serviços aéreos tanto de passageiros como em transporte de cargas. 

A holding entre Avianca e Viva Air Colômbia poderá ser benéfica para o país, que mesmo com duas concorrentes trabalhando juntas, poderão impulsionar a aviação local e garantir por muito tempo a operação de ambas. Será uma forma de colocar a aviação colombiana em um patamar mais alto e forte no setor. 

 

 

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