(Bloomberg) – Os engenheiros da Boeing descobriram um novo problema de software no 737 MAX, que deve ser corrigido antes que o avião possa voltar ao serviço, disse Steve Dickson, chefe da Federal Aviation Administration (FAA).

Dickson confirmou nesta quinta-feira (06) que a agência está avaliando o problema. Os representantes da Boeing não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre o problema.

De acordo com Dickson, o problema envolve uma luz que indica o funcionamento do sistema de compensação do estabilizador horizontal, que não estava funcionando corretamente.

“Permaneceu acesa por um período maior que o desejado”, disse Dickson, sem fornecer mais detalhes. O problema está relacionado ao software do avião, que comanda a luz de alerta.

“Determinamos que o problema dessa luz era causado por diferenças nos dados de entrada entre os computadores de controle de voo”, disse a Boeing.

Mais especificamente, a luz indicadora se refere a uma atualização de software de junho de 2019, que faz com que os dois computadores de controle de voo do MAX se monitorem, um recurso que a Boeing chama de “redundância de comparação cruzada”.

A Boeing agora está trabalhando em uma atualização de software que garantirá que as luzes indicadoras acendam apenas “conforme pretendido”, diz o documento.

Não está claro se haverá atraso na certificação da aeronave com esse novo problema. A Boeing está neste momento finalizando várias correções necessárias para que seu avião mais vendido volte a entrar em serviço.

Uma das pessoas familiarizadas com o novo problema disse que não é provável que mude a projeção da Boeing de retornar o avião a serviço em meados de 2020, porque a empresa lançou o cronograma atual contando com imprevistos adicionais.

Os vários alertas foram criados para indicar aos pilotos sobre sistemas automáticos em funcionamento, seja através de comando manual, como o sistema de compensação, ou até mesmo devido ao funcionamento do MCAS, comandado pelo computador da aeronave.

A empresa já estava trabalhando em um novo software para o conhecido Sistema de Aumento de Características da Manobras (MCAS), principal causa dos dois acidentes fatais no avião que mataram 346 pessoas e levaram à paralisação de todos os voos com o 737 MAX desde 13 de março de 2019.