A Boeing registrou uma receita no primeiro trimestre de 2020 de US$ 16,9 bilhões, uma queda de 26% em comparação com 2019, quando a empresa ainda estava produzindo e entregando o 737 MAX.
Ao mesmo tempo, a Boeing divulgou que teve um prejuízo líquido de US$ 641 milhões, com fluxo de caixa negativo de US$ 4,3 bilhões. No 1T19 a Boeing teve um lucro líquido de US$ 2,1 bilhões.
“A pandemia da COVID-19 está afetando todos os aspectos de nossos negócios, incluindo a demanda de clientes de companhias aéreas, continuidade de produção e estabilidade da cadeia de suprimentos”, disse o presidente e CEO da Boeing, David Calhoun. “Nosso foco principal é a saúde e a segurança de nossas pessoas e comunidades, enquanto tomamos ações difíceis, mas necessárias, para enfrentar essa crise de saúde sem precedentes e nos adaptar a um mercado alterado”.
A Boeing ainda declarou que espera um impacto significativo na demanda por novos aviões e serviços, nos próximos meses, visto que as companhias estão cancelando encomendas ou atrasando a entrega de novos aviões.
Para alinhar os negócios à nova realidade do mercado, a Boeing está tomando várias ações que incluem a redução das taxas de produção de aviões comerciais. A empresa também anunciou uma reestruturação organizacional e de liderança para otimizar papéis e responsabilidades, e planeja reduzir os níveis gerais de pessoal com um programa de demissão voluntário e ações adicionais da força de trabalho, conforme necessário.
A Boeing também tomou medidas para gerenciar a liquidez no curto prazo, uma vez que se baseou em um empréstimo a prazo; custos operacionais reduzidos e gastos discricionários; prorrogou a pausa existente na recompra de ações e dividendos suspensos até novo aviso; pesquisa e desenvolvimento reduzidos ou diferidos e dispêndios de capital; e eliminou o pagamento de CEO e Chairman pelo ano.
O acesso a liquidez adicional será fundamental para que a Boeing e o setor de fabricação aeroespacial façam uma ponte para a recuperação, e a empresa diz que está explorando ativamente todas as opções disponíveis. A Boeing acredita que poderá obter liquidez suficiente para financiar suas operações.
A divisão de aviões comerciais entregou cerca de 50 aeronaves durante o trimestre, uma queda de 66%, incluindo a entrega de 29 aviões do modelo 787, e o restante referente ao 777, 767 e 747-8F.
A Boeing ainda registra uma carteira de pedidos de aviões comerciais com mais de 5000 encomendas, avaliadas em US$ 352 bilhões. No final a carteira de pedidos soma o valor de US$ 439 bilhões, devido as divisões de defesa e espaço.
A empresa ainda ressaltou que tem um caixa e títulos negociáveis totalizando US$ 15,5 bilhões.
Veja os detalhes resumidos na tabela abaixo (em inglês):
Table 1. Summary Financial Results |
First Quarter |
||||
(Dollars in Millions, except per share data) |
2020 |
2019 |
Change |
||
Revenues |
$16,908 |
$22,917 |
(26)% |
||
GAAP |
|||||
(Loss)/Earnings From Operations |
($1,353) |
$2,350 |
NM |
||
Operating Margin |
(8.0)% |
10.3% |
NM |
||
Net (Loss)/Earnings |
(641) |
$2,149 |
NM |
||
(Loss)/Earnings Per Share |
($1.11) |
$3.75 |
NM |
||
Operating Cash Flow |
($4,302) |
$2,788 |
NM |
||
Non-GAAP* |
|||||
Core Operating (Loss)/Earnings |
($1,700) |
$1,986 |
NM |
||
Core Operating Margin |
(10.1)% |
8.7% |
NM |
||
Core (Loss)/Earnings Per Share |
($1.70) |
$3.16 |
NM |