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CEO da LATAM: Clientes pagam R$ 5 a mais na passagem aérea por colisão com pássaros

LATAM Pássaros

A colisão com pássaros é algo muito comum na aviação, acontecendo praticamente todos os dias com várias aeronaves. Inclusive, um dos casos mais graves até os dias atuais rendeu o filme “Sully: O Herói do Rio Hudson”, sobre um incidente que aconteceu em 2009 em Nova York.

Dependendo da colisão, a aeronave pode sofrer danos na fuselagem ou asas, como na imagem abaixo, onde temos um para-brisa quebrado após um pássaro grande atingir o componente.

Em outros casos o dano “custa mais caro” para a companhia aérea, visto que o pássaro pode atingir a parte interna de um motor. Em junho de 2021 uma aeronave Airbus A320ceo da LATAM teve seu motor danificado após um bird strike durante a decolagem João Pessoa (PB).

 

Comentários e dados da LATAM

E nesta última quinta-feira (17/02) o CEO da LATAM Brasil, Jerome Cadier, explicou um pouco mais de como um “bird strike” afeta as operações da companhia, e principalmente o financeiro.

De acordo com Jerome, entre os mais de 150 mil voos operados pela companhia brasileira em 2021, apenas 0,3% sofreram colisões com pássaros. Mas isso representa 461 voos da aérea, praticamente equivalente a um dia de operação, com 24 horas.

Porém, esse contratempo demandou 1200 horas de reparos pela equipe de manutenção. Além disso, 32 mil passageiros tiveram seus voos atrasados ou cancelados, gerando custos de reacomodação ou estorno da passagem.

Como resultado, os incidentes em 0,3% dos seus voos causaram um prejuízo superior a 100 milhões de reais para a LATAM, somente para reparar os aviões e pelo período de cada ave de metal parada em solo, fora de operação.

Jerome Cadier LATAM
Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil.

Sobre a segurança Jerome Cadier comentou:

“O perigo é real, mas raramente os eventos têm consequências muito graves porque as aeronaves são muito robustas, os pilotos estão preparados e sabem como reagir. De toda forma, queria dar alguns números para que vocês entendam a dimensão do problema e o real impacto no dia a dia da aviação brasileira.”

O CEO disse que o bird strike também causa um custo extra para os passageiros. Aliás, a companhia precisa pagar o custo dos reparos para manter a frota funcionado e voando com segurança.

“Em uma conta simples, no ano passado transportamos 20 milhões de clientes. Ou seja, cada um destes clientes pagou R$ 5 a mais na sua passagem simplesmente por causa do quê? Bird Strikes”, disse Jerome Cadier.

 

Medidas para minimizar o problema dos bird strikes

O investimento em infraestrutura de fauna ainda foi citado por Jerome Cadier como uma forma de evitar a colisão com pássaros. Os aeroportos mantêm uma infraestrutura básica para afastar das pistas de pousos e decolagens os pássaros.

O Aeroporto de Confins, por exemplo, mantém falcões prontos para agirem em caso de um excesso de pássaros nas redondezas das pistas. A ação aprimora a segurança do terminal e também diminui os imprevistos para as companhias.

https://www.facebook.com/bhairportoficial/posts/1246328182230018

Outros aeroportos utilizam vários alto-falantes que emitem frequências ultrassônicas afastando os pássaros das redondezas. E outros, como o Aeroporto de Amsterdam-Schiphol, utilizam até mesmo porcos para manter a distância das aves, vivas, não as de metal.

“A gestão da fauna perto dos aeroportos não é simples nem fácil. Exige investimento grande e é de responsabilidade dos municípios e dos aeroportos – e não das companhias aéreas. Torço para que continuem os esforços de todos para que tenhamos menos impacto e custos para nossos clientes”, declarou Jerome Cadier finalizando sua postagem.

 

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Artigos, Companhias Aéreas, Notícias

Tags: bird strike, Incidente, LATAM, Pássaros, problema, usaexport