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Cessna do Exército viola espaço aéreo e é interceptado por caças F-16 em Nova Iorque

Um Cessna C182 do Exército dos EUA causou “transtornos” na terça-feira (21) ao adentrar o espaço aéreo restrito de Nova Iorque, fazendo com que caças F-16C Fighting Falcon interceptassem o pequeno monomotor. Os jatos estavam em Patrulha Aérea de Combate (CAP) sobre a cidade que estava recebendo a Assembleia Geral das Nações Unidas, onde chefes de estado do mundo todo se reuniram.

Confira abaixo o áudio da ocorrência, disponibilizado pelo canal no YouTube do portal The War Zone.

Os caças pertencentes à 187ª Ala de Caça (187th FW) da Guarda Aérea Nacional do Alabama (AL ANG) estavam desdobrados em NY para patrulhar o espaço aéreo restrito.

O site explica que por volta das 14h, horário local, o F-16 de callsign NOBLE 1-2 entra em contato com o controle de aproximação de Nova Iorque, pedindo vetores (direção) da aeronave invasora, referida como TOI (Target of Interest).

O piloto estava tendo dificuldades em encontrar o C182 no radar, o que é normal para um alvo pequeno, voando baixo e devagar em uma grande metrópole, por conta do retorno de solo. Moradores da cidade registraram os caças voando à baixa altura para interceptar o Cessna. É possível observar que um dos F-16 estendeu os trens de pouso, sinalizando visualmente ao Cessna que a ordem era o pouso imediato. 

https://twitter.com/koreanjohndoe/status/1440378678551060480

O C182 em questão pertence à Academia Militar de West Point, do Exército dos EUA, equivalente em partes à Academia Militar das Agulhas Negras aqui no Brasil. Apenas dois Skylanes são operados pelo Departamento de Engenharia Civil e Mecânica da academia, “usados ​​para apoiar o programa de voo acadêmico, que faz parte do curso de engenharia aeronáutica no curso de engenharia mecânica.”

No Twitter, o NORAD (Comando de Defesa Aérea Norte Americano) informou sobre o ocorrido, afirmando que “violações temporárias da área de restrição de voo, como esta, ocorrem de tempos em tempos e são uma parte normal das operações do NORAD.”

O piloto do Cessna do Exército era, na verdade, um instrutor, de acordo com Davis Winkie do Military Times. A Tenente-Coronel Beth Smith, porta-voz da Academia de West Point, disse: “Uma aeronave de asa fixa de West Point pilotada por um piloto instrutor do Exército conduzindo um laboratório de voo de cadete em apoio ao ME481, uma classe de Engenharia Civil e Mecânica, violou temporariamente o espaço aéreo restrito esta tarde perto da ponte George Washington. Assim que perceberam que haviam violado o espaço aéreo, eles imediatamente deixaram a área e voltaram ao aeroporto.”

Um dos dois C182 operados pela Academia de West Point. Foto: Exército Americano via The War Zone.

A título de curiosidade, os F-16 não tem as derivas pintadas de vermelho por acaso. Os jatos são parte do 100º Esquadrão de Caças da 187th FW da AL ANG. A unidade foi reativada em setembro de 2007 mas foi originalmente fundada em 1942, sendo um dos esquadrões dos Tuskegee Airmen, um grupo de aviadores negros que tiveram que vencer o racismo nos EUA para combater o nazifascismo na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. A história destes militares já foi retratada em vários filmes e documentários, incluindo o longa Red Tails (2012) e o filme para televisão The Tuskegee Airmen (1995), produzido pela HBO. 

Caças F-16D do 100th FS voando com caças MiG-21 LanceR da Romênia durante o exercício Dacian Viper 2012. Foto: USAF.

Em setembro de 2019, a USAF anunciou que seu novo jato de treinamento avançado, o Boeing-Saab eT-7A, seria batizado como Red Eagle, em homenagem aos pilotos negros. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: Cessna, F-16, Guarda Aérea Nacional, Interceptação, New York, usaexport, USAF