O Governo Chinês está realmente engajado em tornar o país uma potência na aviação mundial, mesmo com o pouco know-how das suas empresas e a desconfiança ocidental sobre o controle de qualidade das indústrias do país.

O plano da China é primeiramente a construção de companhias aéreas competitivas, com baixo custo de operação (no estilo Low Cost) e capaz de concorrer tanto em voos domésticos como nos voos internacionais. Neste ponto a China também vai apoiar as companhias regionais e cargueiras.

O segundo ponto é desenvolver em casa um sistema de tráfego aéreo seguro e eficiente, além de ser capaz de liderar o desenvolvimento da indústria internacional de aviação civil.

Para apoiar tudo isso, e não fazer as companhias aéreas e o tráfego aéreo entrarem em colapso, a China ainda quer desenvolver a infraestrutura de aeroportos, de uma forma que as companhias consigam crescer rapidamente sem limitações de uso dos aeroportos, e criar mega hubs de transporte.

Na parte de infraestrutura ainda há um plano que envolve MagLevs para o acesso aos aeroportos, de uma forma que os passageiros consigam chegar rapidamente para embarcar no seu voo.

A meta é ter 450 aeroportos até 2035, quase o dobro do número atual.

Isso tudo é claro para fortalecer a indústria chinesa de aeronaves no final de tudo, através do crescimento do setor de transporte aéreo, impulsionando o número de encomendas e a popularidade das aeronaves chinesas, bem como viabilizar a produção em escala, para chegar no baixo custo de aquisição das aeronaves e conseguir concorrer com a Airbus e Boeing no preço.

Isso é algo que a China já está implementando, o mais novo avião de corredor único do país, o C919, já tem mais de 700 encomendas, todas a partir de companhias aéreas da China que receberam incentivos de bancos estatais chineses para a compra desses aviões. Detalhe, o C919 só será entregue ao primeiro cliente em 2020 (previsto), sendo que seus concorrentes (737 MAX e A320neo) já estão no mercado.