A Airbus terminou 2017 bem no mercado financeiro, a empresa teve uma alta de 189% no lucro líquido, com € 2,8 bilhões, ante € 995 milhões em 2016. O lucro operacional foi de € 4,253 bilhões.
A receita total da empresa nesse período, considerando todas as unidade de atuação, foi de € 66,8 bilhões, uma pequena alta em relação a 2016. A receita na unidade de aviação comercial teve alta de 3,5%, enquanto a divisão ‘Defense and Space’ teve alta de 7%, impulsionada pelo maior comércio de aeronaves militares.
Na divisão de helicópteros a Airbus já acumula 692 pedidos. Em 2017 a Airbus entregou 409 helicópteros. A empresa continua alocando recursos para desenvolver o H160, são tres protótipos na frota de testes, com certificação de aeronavegabilidade prevista para 2019.
O EBIT, lucro antes dos Juros e Tributos, da divisão de helicópteros foi de € 337 milhões, uma queda em relação aos anos anteriores mas que foi esclarecida pela empresa, a produção de helicópteros diminuiu em 2017, devido à baixa demanda do mercado.
Já o EBIT da divisão de aviões comerciais foi de € 3,554 bilhões, uma alta considerável em relação ao ano anterior. O aumento do lucro foi causado pela maior taxa de entrega de aeronaves em 2017 e um melhor desempenho cambial entre os países.
O EBIT da divisão de defesa e espaço afetou bastante os resultados da Airbus, com um prejuízo de € 872 milhões, em boa parte causado pelo programa A400M, que demandou um gasto de 1,299 bilhões de euros em 2017, sendo € 1,149 milhões só no quarto trimestre. Além disso a divisão de defesa teve um gasto de 117 milhões de euros devido ao processo de investigação da compra de caças pela Áustria.
A Airbus espera registrar um EBIT 20% maior em 2018, ao mesmo tempo que aumenta a receita e os gastos, devido ao aumento da fabricação de aeronaves em 2018. O maior resultado será derivado de mudanças contábeis.
As ações da Airbus saltaram 10,3 por cento depois que a empresa superou as expectativas de lucro e receita. A Airbus também propôs o pagamento de dividendo no valor de € 1,50 por ação em 18 de abril de 2018, a proposta será encaminhada à uma Assembléia Geral Ordinária com os acionistas pelo Conselho de Administração da empresa.
Entregas e encomendas
Em 2017 a Airbus novamente terminou com um recorde de entregas. Foram 718 aeronaves produzidas e recebidas pelos clientes da empresa.
No total 558 aviões da família A320 foram produzidos, incluindo os 181 da família A320neo. Com esse número a Airbus conseguiu realmente consolidar sua perspectiva de aumento de produção do A320neo, houve um crescimento de 166% na produção, comparando com 2016.
Enquanto na linha de wide-body da Boeing o 787 lidera, na Airbus esse posto fica com o A350XWB, que teve 78 unidades produzidas, um aumento substancial em relação a 2016 principalmente devido à falta de problemas com os fornecedores, que a Airbus enfrentou em 2015 e 2016.
Atrás vem o Airbus A330, com 67 entregas, um bom número, considerando que o A330neo está previsto para estrear neste ano no mercado.
Com dificuldades para conseguir mais encomendas, o A380 registrou somente 15 aviões produzidos.
Cerca de 85 clientes receberam aeronaves da Airbus em 2017. Além disso 44 clientes encomendaram 1109 aeronaves, um resultado positivo para a carteira de pedidos, com números melhores em comparação com o obtido pela Boeing. O valor total dessas encomendas é de US$ 138 bilhões, quando considerado o preço de lista.
A Airbus terminou o ano com 7265 aeronaves encomendadas em sua carteira de pedidos, isso pode sustentar a produção da empresa por mais de 10 anos, caso nenhuma companhia cancele as encomendas e a Airbus seja capaz de manter a mesma taxa de produção de 2017. O custo total dessa carteira de pedidos pode gerar até 997 bilhões em receita para a empresa.
Comparativo com a Boeing
Já a principal concorrente da Airbus conseguiu superar o número de entregas, mesmo com a baixa na produção do 777 Classic e do 747. A Boeing entregou 763 aviões em 2017, foram 665 aviões só dos modelos 737 e 787.
Em todo ano a Boeing obteve 912 pedidos firmes, o montante total dessas encomendas resultam em US$ 134,8 bilhões considerando o preço de lista, a empresa não divulgou a quantidade de opções de compra durante esse período.
Com isso a Boeing fechou o ano com 5864 aviões em sua carteira de pedidos a serem entregues, o que garante a produção por mais de 7 anos, mantendo a mesma taxa de entrega atual. Dessa forma somando US $ 488 bilhões em possível receita para o futuro.
Em comparação com a Airbus, a Boeing conseguiu um lucro operacional de US$ 10,2 bilhões, registrando uma alta de 76% em relação a 2016. O lucro líquido acompanhou a forte alta, só nesse dado a Boeing registrou US$ 8,1 bilhões.
A receita da empresa diminuiu 1%, registrando 93,4 bilhões. A empresa teve margem operacional de US $ 13,3 bilhões em 2017, um crescimento de 11%.
Todos esses valores são superiores aos dados apresentados pela Airbus.
O ganho por ação sofreu a influência do lucro, passando de US$ 7,61 para US$ 13,43, um valor também superior ao da Airbus.
A Boeing prevê entregar 6 a 6,8% mais aeronaves em 2018, atingindo a marca de 815 aviões fabricados. Com isso a receita da empresa deverá aumentar para algo entre US$ 96,0 e US$ 98,0 bilhões.
Já a margem operacional será de US$ 15,0 bilhões em 2018.
Tabela geral (em inglês):
(Amounts in Euro)
Airbus |
FY 2017 |
FY 2016 |
Change |
Revenues, in millions |
66,767 |
66,581 |
0% |
thereof defence, in millions |
9,892 |
11,102 |
-11% |
EBIT Adjusted, in millions |
4,253 |
3,955 |
+8% |
EBIT (reported), in millions |
3,421 |
2,258 |
+52% |
Research & Development expenses, |
2,807 |
2,970 |
-5% |
Net Income(2), in millions |
2,873 |
995 |
+189% |
Earnings Per Share (EPS) |
3.71 |
1.29 |
+188% |
Free Cash Flow (FCF), in millions |
3,735 |
3,181 |
+17% |
Free Cash Flow |
2,849 |
1,156 |
+146% |
Free Cash Flow before M&A |
2,949 |
1,408 |
+109% |
Dividend per share(3) |
1.50 |
1.35 |
+11% |
Order Intake(1), in millions |
157,690 |
134,480 |
+17% |
Airbus |
31 Dec |
31 Dec |
Change |
Order Book(1), in millions |
996,822 |
1,060,447 |
-6% |
thereof defence, in millions |
36,921 |
39,811 |
-7% |
Net Cash position, in millions |
13,391 |
11,113 |
+20% |
Employees |
129,442 |
133,782 |
-3% |
By Business Segment |
Revenues |
EBIT (reported) |
||||
(Amounts in millions of Euro) |
FY |
FY |
Change |
FY |
FY |
Change |
Commercial Aircraft |
50,958 |
49,237 |
+3% |
3,428 |
1,543 |
+122% |
Helicopters |
6,450 |
6,652 |
-3% |
337 |
308 |
+9% |
Defence and Space |
10,804 |
11,854 |
-9% |
212 |
-93 |
– |
Headquarters / Eliminations |
-1,445 |
-1,162 |
– |
-556 |
500 |
– |
Total |
66,767 |
66,581 |
0% |
3,421 |
2,258 |
+52% |
By Business Segment |
EBIT Adjusted |
||
(Amounts in millions of Euro) |
FY |
FY 2016 |
Change |
Commercial Aircraft |
3,554 |
2,811 |
+26% |
Helicopters |
337 |
350 |
-4% |
Defence and Space |
872 |
1,002 |
-13% |
Headquarters / Eliminations |
-510 |
-208 |
– |
Total |
4,253 |
3,955 |
+8% |