Cresce o número de sequestros relâmpagos entre tripulantes

Foto: Infraero

Uma prática até então recorrente no passado onde pessoas eram vítimas de sequestro relâmpago para realizarem saques em caixas eletrônicos está retornando e ficando mais frequente entre tripulantes da aviação geral e companhias aéreas. Mas agora, com uso da tecnologia.

Desde o último trimestre do ano passado tem sido cada vez mais comuns os casos onde ladrões abordam pilotos e comissários de voo a fim de realizarem transferências bancárias via PIX usando a prática do sequestro relâmpago. Nos grupos, tem sido cada vez mais comum reportes desses casos, especialmente na região do Aeroporto de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e Salvador (BA).

Os bandidos têm preferido tripulantes devido o fato de se deslocarem do hotel ou áreas próximas uniformizados, no momento que irão cumprir jornada ou retornando de algum voo. Os meliantes tem preferido estes alvos pois acreditam que aeronautas têm um poder aquisitivo maior pelas informações salariais que é divulgado em meios de comunicação e redes sociais.

Em São Paulo, criminosos tem agido mais no período noturno na região que compreende a passarela do Aeroporto de Congonhas e a sede da Anac em São Paulo, em frente ao hotel Ibis, local conhecido por haver inúmeros hotéis onde tripulantes ficam alocados em pernoites. Já no Rio, o local preferido para ataques é a região da Praça do Expedicionário.

 ATAQUES A AERONAUTAS

Nos grupos de WhatsApp há vários relatos de pilotos que foram vítimas de roubos enquanto aguardavam a chegada de transporte por van ou por aplicativo. Em um deles, um piloto de uma linha aérea relata o acontecido após cumprir jornada de trabalho.

“Atravessei para pegar o Uber em frente à Anac [em Congonhas] e aconteceu isso… O cara tentou me furar, mesmo sem reagir… ele queria meu relógio, celular, minha bolsa… O outro cara apontou uma arma para um motorista de táxi para ele ficar quieto e foi embora”, contou. O comandante enviou no grupo uma foto da calça do uniforme furada por faca.

Uniforme do piloto atacado por faca, na região do Aeroporto de Congonhas, SP

Num outro episódio, foi relatado o caso de um comandante de outra empresa aérea brasileira que foi sequestrado pela manhã durante o trajeto do hotel até o aeroporto paulista. Segundo informações, nessa ocasião o aviador ficou em poder dos ladrões durante todo o dia em uma comunidade na região, tendo mais de R$50.000 roubados via PIX.

Já em Salvador, o caso relatado foi de uma comissária que teve celular e carteira levado por marginais enquanto esperava uniformizada uma van para o aeroporto Dois de Julho. No áudio, a vítima citou que o bandido teria dito que a mesma teria bens de valor “por ser de empresa aérea”.  

A assessoria de imprensa da Polícia Militar de São Paulo informou à AEROFLAP em nota que “está apurando os ocorridos e irá intensificar o policiamento na região”. Já a Polícia Militar do Estado da Bahia ainda não respondeu ao Portal.

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Micael Rocha foi instrutor de voo por quatro anos, é checador em aeroclubes e CIACs, voou C525, C525B e C208B Caravan em táxis aéreos e voa Cirrus SR22 desde 2013. 
@aeroereview

 

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Micael Rocha foi instrutor de voo por quatro anos, é copiloto de CJ1, CJ3 e C208B Caravan e voa aeronaves Cirrus SR22 desde 2013.
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