Delegação chinesa negocia venda de 12 caças JF-17 para a Argentina

Caças JF-17 do Paquistão
Caças JF-17 Thunder. Foto: Força Aérea Paquistanesa.

Uma delegação de funcionários de alto-escalão da CATIC (China National Aero-Technology Import & Export Corporation) está na Argentina para negociar o fornecimento de 12 caças sino-paquistaneses JF-17 Thunder, sendo dois biplaces. De acordo com portal Zona Militar, o grupo chinês chegou ao país em 30 de abril. 

A visita é mais um capítulo da saga argentina para adquirir novos caças supersônicos, um ativo que o país perdeu em 2015 com a aposentadoria dos caças Dassault Mirage III. Desde então, a Fuerza Aérea Argentina depende de alguns caças de ataque A-4AR Fightinghawk. 

Ainda em 2013, o Governo Argentino tentou adquirir caças Mirage F-1 usados da Espanha, o que não foi pra frente. Depois, recebeu propostas para o lease de jatos de ataque ao solo Sukhoi Su-24 Fencer da Rússia, país que hoje oferece a venda de caças Mikoyan MiG-35 Fulcrum. 

MiG-35 Fulcrum-F

A Argentina também negociou com a IAI de Israel o fornecimento de caças Kfir Block 60 com motores totalmente revitalizados e aviônicos novos, semelhantes aos usados na recente modernização dos modelos da Força Aérea Colombiana.  

A tentativa de adquirir caças KAI F/A-50 Golden Eagle de origem sul-coreana foi barrada pelo Governo da Inglaterra, já que o pequeno avião possui componentes de origem britânica. Os dois países tem problemas diplomáticos desde 1982, quando eles se enfrentaram na guerra pelas Ilhas Falklands/Malvinas, conflito onde o país sul-americano perdeu um certo número de aeronaves. 

Desde que os ingleses barraram o Golden Eagle, os argentinos, que sempre empregaram caças de origem ocidental, abriram as opções para aeronaves russas e chinesas. O JF-17 é a proposta do gigante asiático. É uma aeronave menor que o MiG-35 bimotor oferecido pela Rússia, mas é mais barato também. 

A delegação da CATIC deve visitar as instalações da FADEA, o que sugere uma possível avaliação da montagem dos aviões em território argentino. Também acredita-se que o acordo pode envolver a transferência de tecnologia. 

Um JF-17 paquistanês ao lado da Nanga Parbat, uma das 10 montanhas mais altas do mundo. O caça carrega mísseis PL-9 e PL-10. Foto: Asuspine, via Wikimedia.

Equipado com um motor russo Klimov RD-93 e capaz de atingir Mach 1.6, o JF-17 tem sete pontos-duros para carregar armamentos como mísseis ar-ar de longo alcance, bombas guiadas ou convencionais, mísseis anti-navio e anti-radar. O míssil anti-radar brasileiro MAR-1, da Mectron, seria integrado ao caça, mas seu projeto foi cancelado. O caça também é armado com um canhão de cano duplo GSh-23-2, de 23mm.

Atualmente, a aeronave está em serviço no Paquistão, Myanmar e Nigéria, sendo que esse último recebeu suas três primeiras unidades nesse ano. 

Via MercoPress, Eurasian Times

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.