Recentemente a Embraer divulgou um vídeo mostrando aeronaves A-29 Super Tucano, KC-390 Millennium, Praetor e E175-E2 voando em formação. Todavia, um interessante detalhe pode ser notado nas imagens: o pod EO/IR (Electro-Optics/Infrared) na lateral do cargueiro multimissão KC-390.
Questionada, a fabricante não especificou o modelo do equipamento, todavia, o mesmo provavelmente é um Rafael Litening, desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems, de Israel.
O pod é normalmente usado em aviões de caça (instalado na parte da externa da aeronave) e gera imagens de TV ou infravermelho (FLIR) para identificação e acompanhamento de possíveis alvos, além de ter um laser guia de bombas.
O equipamento pode ser usado tanto durante o dia quanto à noite, além de poder acompanhar alvos em movimento também.
O aparelho já é usado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em seus caças-bombardeiros A-1 AMX na sua variante Litening III, realizando a pontaria para as bombas Lizard, guiadas por laser (equivalentes às bombas Paveway americanas).
Os A-1 da FAB também podem usar o Reccelite, versão de reconhecimento do Litening. Na FAB, as missões de reconhecimento tático com aeronaves de caça e ataque são conduzidas pelo Esquadrão Poker (1º/10º GAv), sediado na Ala 4, em Santa Maria (RS).
Para equipar os novos F-39E/F Gripen, a Força Aérea adquiriu o Litening G4 e o Reccelite XR, versões mais novas dos pods já em uso.
Além da FAB, vários países usam o Litening. Dentre eles estão Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Suécia, Índia e Alemanha.
Mas, voltando ao pod no KC-390.
Apesar do seu uso ser muito mais comum em aeronaves da aviação de caça, o pod também é um ótimo “acessório” ao cargueiro multimissão da Embraer.
Em resposta, a fabricante explicou o uso do equipamento no KC-390:
“O C-390 Millennium pode ser equipado com um Pod EO/IR (Electro-Optics/Infrared) para as missões de Busca e Salvamento, Vigilância e Patrulha Marítima.
O equipamento possui câmeras de alta resolução, com capacidade de espectro infravermelho, com o objetivo de melhorar a capacidade de identificação e visualização. As imagens e vídeos capturados podem ser gravados para futura avaliação e análise.
Há também aplicações complementares, com a utilização de laser, para a aquisição de coordenadas, marcação e designação de alvos.”
A resposta da Embraer reforça ainda mais as características do KC-390. No momento, o modelo, que se encontra em serviço ativo na FAB e já foi adquirido por Portugal e Hungria, tem realizado missões de transporte logístico, especialmente dentro do escopo da Operação Covid-19.
Logo a aeronave deverá estar realizando missões de reabastecimento em voo (REVO) operacionalmente.
Em 2019, a Embraer realizou uma série de voos de ensaio com o KC-390 no Rio Grande do Sul, com lançamentos de contramedidas e REVO com caças F-5M Tiger II e caças-bombardeiros A-1 AMX.
As imagens do pod no KC-390 são novidade, todavia, o seu uso na aeronave já era aguardado.
Anos atrás, a fabricante divulgou uma imagem gerada em computador mostrando a aeronave em configuração de busca e resgate (SAR) com um pod montado no mesmo ponto da aeronave.
Em 2018, o Major-Brigadeiro do Ar Mário Luís da Silva Jordão afirmou que o próprio pod Litening seria incorporado ao avião.
Com o instrumento, a aeronave pode se integrar ainda mais às demais aviações, principalmente as de patrulha marítima, reconhecimento e asas rotativas.
Em uma hipotética missão SAR, por exemplo, o KC-390 poderia visualizar e identificar rapidamente uma potencial vítima. Dessa maneira a aeronave pode realizar o lançamento de materiais de salvamento com alta precisão. Com as coordenadas e imagens obtidas o resgate é bastante agilizado.
Mas, é claro, isso fica para o futuro. A Embraer, junto com a Força Aérea Brasileira, segue desenvolvendo as capacidades do KC-390 Millennium.
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