Os governos do Japão e Estados Unidos reforçaram a parceria na defesa aeroespacial na última quarta-feira (15), com a assinatura de um acordo bilateral para desenvolver um míssil capaz de interceptar mísseis hipersônicos.
O acordo é uma resposta ao crescimento da ameaça hipersônica na região, uma vez que China e Rússia já possuem esses tipos de armas, capazes de exceder Mach 5 (5 vezes e velocidade do som). A Coreia do Norte também investe em projetos do tipo.
O documento foi assinado entre o Ministério da Defesa do Japão (MoD) e a Agência de Defesa de Mísseis (MDA) dos Estados Unidos e prevê o desenvolvimento do Glide Phase Interceptor (GPI). Como o próprio nome diz, o interceptor vai derrubar mísseis hipersônicos em sua fase de planeio, antes de acelerarem à velocidades hipersônicas, dificultando ainda mais a interceptação.
![China possui o míssil DF-17, que carrega o planador hipersônico DF-ZF. Foto: 颐园居](https://www.aeroflap.com.br/packages/uploads/2024/05/DF-17_Missile_20221020-scaled.jpg)
“Ao prosseguir um acordo sobre o desenvolvimento do GPI, os EUA e o Japão reforçarão a dissuasão regional, ao mesmo tempo que reforçarão a cooperação de longa data em defesa antimísseis entre os dois países”, diz a nota do Pentágono.
Segundo o portal Defense News, os GPI estarão em serviço a partir de meados de 2030, implantados em navios de guerra que possuem o sistema de combate Aegis. O Sistema Aegis está presente em destróieres das classes Arleigh-Burke e Ticonderoga da Marinha dos EUA e das classes Maya, Kongo e Atago da Marinha de Defesa Japonesa.
O projeto aproveitará a experiência de ambas as nações. O Japão vai focar no desenvolvimento do motor do foguete interceptador e do sistema de propulsão para o “veículo de destruição” (ogiva). Os EUA contribuirão com sistemas de detecção de alvos e orientação de mísseis.
Ao todo, as duas nações vão investir US$ 30 bilhões no projeto, com Tóquio arcando com 1/3 do montante. Nos EUA, a Raytheon (RTX) e a Northrop Grumman disputam o contrato pelo GPI. No Japão, as contratantes ainda serão selecionadas. O acordo assinado neste mês é resultado de uma conferência bilateral de agosto do ano passado, onde os países já discutiam projetar o GPI em colaboração.
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