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EUA revelam teste bem-sucedido de novo míssil hipersônico HAWC

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A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA) confirmou ontem que uma nova versão do míssil hipersônico HAWC (Hypersonic Air-breathing Weapon Concept) realizou um voo de teste livre bem-sucedido. 

O voo do novo míssil, no entanto, ocorreu em meados de março e só foi divulgado recentemente por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia. No combate, os russos alegam terem usado o seu próprio míssil hipersônico Kinzhal contra depósitos de munição ucranianos. 

O teste dos EUA teria ocorrido concomitantemente com o emprego do míssil russo. Dessa forma, as autoridades norte-americanas decidiram manter o teste em segredo para evitar uma escalada de tensões com o Kremlin, afirma a CNN. Um teste com o ICBM LGM-30G Minuteman III também foi adiado pelos mesmos motivos. 

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MiG-31K com o míssil Kinzhal. Foto- Piotr Butowski/Aviation Week.

Este é o segundo voo de testes bem sucedido para o projeto HAWC, mas o primeiro para a versão desenvolvida pela Lockheed Martin com a Aerojet  Em setembro do ano passado, a variante configurada pela Northrop Grumman e Raytheon fez o primeiro voo de sucesso do programa como um todo. 

No voo mais recente, o HAWC foi lançado a partir de um bombardeiro B-52H Stratofortress e acelerado até os parâmetros de ignição do seu próprio motor scramjet da Aerojet Rocketdyne.

A partir daí, o míssil acelerou rapidamente e manteve o voo de cruzeiro em velocidades maiores que Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som) por um longo período de tempo. O veículo atingiu altitudes superiores a 65.000 pés (19,8 Km) e voou por mais de 300 milhas náuticas (555 Km).

Míssil HAWC na configuração desenvolvida pela Northrop Grumman e Raytheon. Arte: DARPA.

“Este teste de voo do HAWC da Lockheed Martin demonstrou com sucesso um segundo projeto que permitirá que nossos combatentes selecionem competitivamente as capacidades certas para dominar o campo de batalha”, disse Andrew “Tippy” Knoedler, gerente do programa HAWC no Escritório de Tecnologia Tática da DARPA. “Essas conquistas aumentam o nível de maturidade técnica para a transição do HAWC para um programa de serviço de registro.”

Nos dois testes, os objetivos foram a integração do veículo e a sequência de liberação, separação segura da aeronave lançadora, ignição e funcionamento do booster, separação do booster, ignição do motor e voo de cruzeiro, observa o The Aviationist. 

Os dados de teste de voo do HAWC serão analisados ​​para validar projetos de sistemas acessíveis e abordagens de fabricação que colocarão mísseis hipersônicos de respiração aérea em unidades operacionais.

Os mísseis HAWC utilizam motores scramjet que respiram o ar atmosférico para obter a propulsão sustentada. O próprio ar comprimido em alta velocidade entrando pela tomada de ar do míssil é misturado com um combustível de hidrocarboneto que se inflama, gerando a propulsão que leva o míssil às altíssimas velocidades. 

A velocidade e manobrabilidade de tais mísseis de cruzeiro hipersônicos permitem tanto a evasão de defesas quanto ataques rápidos, além de diminuir as capacidades de detecção e reação em tempo hábil. Sua energia cinética pode efetivamente destruir alvos mesmo sem uso de ogivas potentes. 

Enquanto o programa HAWC parece seguir em frente sem problemas, outra arma hipersônica dos EUA, o AGM-183A ARRW (Air-Launched Rapid Response Weapon), está sofrendo as consequências de seus múltiplos testes fracassados

AGM-183A ARRW. Arte: USAF. 

A Força Aérea dos EUA planejou o ARRW para ser sua primeira arma hipersônica operacional. Contudo, a USAF não tem mais planos de comprar seus primeiros mísseis AGM-183, conforme revelado no orçamento do ano fiscal de 2023.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: EUA, Guerra, Míssil, Míssil hipersônico, usaexport