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Furacão no pós carnaval do Brasil?

A partir da próxima quinta feira, 15, um ciclone subtropical surge no mar, próximo a costa do Rio de Janeiro, o que deve influenciar instabilidades e grandes volumes de água para os próximos dias em todo o estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

Furacão ocorrendo no mar, próximo ao RJ.
Note o mar, próximo ao RJ. Fonte: ECMWF. WeatherBell.

Ciclone, furacão e tufão descrevem basicamente o mesmo fenômeno. O que diferencia, portanto, é a região. Por exemplo, furacão é mais utilizado para os fenômenos que ocorrem no Atlântico, mais ao norte, enquanto que no Pacífico, é mais utilizado o termo tufão, entre outros.

Lembrando que uma das condições favoráveis para formação do respectivo sistema é a temperatura da superfície do mar, acima de 27°C, o que está evidenciado no modelo de previsão RTOFS, conforme abaixo, válido para às 15h (utc-3) do dia 15 de fevereiro.

Temperatura da superfície do mar alta, favorece furacão no Brasil
Fonte: RTOFS. WeatherBell.

Além disso, o encontro entre massas de ar frio e quente também são fatores contribuintes, como realmente ocorre na data de hoje, 14, com a passagem de uma frente fria.

Imagem de satélite realçada válida para às 16h19z de 14.02.
Fonte: GOES16. WeatherBell.

Felizmente, o furacão não deve atingir o continente, permanecendo sobre o mar, sem gerar tantos transtornos.

Enfim, fortes chuvas ocorreram na noite da última terça feira, 13, e persistem sobre o estado de São Paulo, principalmente na capital paulista, devido ao avanço de uma frente fria.

No dia 15, o Rio de Janeiro deve enfrentar grandes acumulados, tendo predominância de céu encoberto por nuvens do tipo nimbustratus, com CBs embutidos. Várias áreas de MG também sofrerão com elevados acumulados.

Com a configuração do furacão entre quinta e sexta feira, 16, uma nova frente fria surge, favorecendo chuvas muito volumosas em todo o estado do Espírito Santo, região de capital mineira, Belo Horizonte, e formações mais isoladas, porém frequentes, no estado do RJ.

Contudo, a circulação de ventos em níveis médios e baixos da atmosfera (ver imagem abaixo) e o respectivo passeio de umidade oceânica vindo da região sul, permite grandes formações convectivas multicelulares na região de Três Lagoas e Brasilândia (leste de MS), triângulo mineiro (atenção para Uberaba e Uberlândia) e porção sul do estado do Goiás (atenção à região de Cassilândia). 

Ventos a 5.000ft, válido para o dia 15/02/24.
Fonte: windy.com

Na região norte, a porção leste do Amapá, porção norte do Pará, todo o estado do Piauí, Maranhão e Ceará registrarão formações convectivas isoladas, porém frequentes por todos os dias, devido a atuação da ZCIT. A porção centro norte do Tocantins, especialmente Araguaína, também pode ter altos acumulados de chuvas pelas tardes.

No sábado, o fortalecimento de um cavado no interior do Rio Grande do Sul (imagem abaixo) favorece chuvas mais volumosas no interior dos estados de Santa Catarina e Paraná (principalmente região de Guarapuava).

Circulação de ventos a 5.000ft, válido para 17/02/24.
Fonte: windy.com

Entretanto, não tendem a registrar tanto acumulado, quanto na região de Aquidauana (oeste de MS) e na junção entre os estados de MS, GO e MG, onde haverá maior depósito de água precipitável, devido ao calor e a junção com outro canal de umidade, vindo da Amazônia.

Acumulado de 24h de chuvas, válido para o dia 17/02/2024.
Fonte: ECMWF. WeatherBell.

Neste mesmo dia, atenção para a região de Belo Horizonte, todo o estado do Espírito Santo e vários pontos do Rio de Janeiro, devido a frente fria conforme mencionada anteriormente, a convergência de vários canais de umidade, inclusive de ventos oceânicos vindos da região nordeste, onde há o registro de temperaturas da superfície do mar acima dos 28°C, conforme demonstramos no início dessa notícia.

O Tocantins, Leste do Mato Grosso e todo o Goiás terão a ocorrência de formações multicelulares e altos acumulados no dia, devido ao ingresso de umidade oceânica da região nordeste (lembre-se, temperatura alta das águas no nordeste) ao continente e posteriormente sua respectiva convergência para a frente fria.

Por fim, a Aeroflap te mantém atualizado quanto à concretização deste furacão.

 

 

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Rafael Payão

Autor: Rafael Payão

Analista do mercado de aviação executiva da Aeroflap. Consultor de vendas e compras de aerovanes da Aeroflap. É piloto (PLA) com mais de 3000 horas voo, formado bacharel em Aviação Civil pela UAM e pós graduado em engenharia de manutenção aeronáutica pela PUC-MG.

Categorias: Aviação Geral, Notícias

Tags: Aeronaves, chuvas, ciclone, ciclone subtropical, Clima, cumulusnimbus, Furacão, Meteorologia, nuvens, TCU, tempo, Tufão, vendaváis, Ventos